Por Senad Karaahmetovic
As ações da Salesforce (NYSE:CRM) (BVMF:SSFO34) registravam queda de mais de 6% depois que a empresa de software divulgou seus resultados do 2º tri e faz projeções para o terceiro trimestre e todo o ano fiscal.
A Salesforce apurou um LPA ajustado de US$ 1,19 sobre vendas de US$ 7,72 bilhões, ao passo que os analistas esperavam um LPA de US$ 1,03 sobre um faturamento de US$ 7,69 bilhões. A CRM também reportou que sua receita com assinaturas e suporte cresceu 21% em bases anuais, para US$ 7,14 bilhões, levemente abaixo do consenso de US$ 7,19 bilhões.
Para este trimestre, a Salesforce espera um faturamento entre US$ 7,82 e 7,83 bilhões, abaixo do consenso de US$ 8,05 bilhões. O LPA ajustado deve ficar entre US$ 1,20 e 1,21, novamente abaixo da estimativa média dos analistas de US$ 1,29.
As ações da empresa foram mais afetadas pelo fato de a companhia ter reduzido sua previsão para todo o ano. A receita agora deve ficar entre US$ 30,9 e 31 bilhões, abaixo da previsão anterior de US$ 31,7 a 31,8 bilhões. Os analistas esperavam que a receita de todo o ano fosse de US$ 31,74 bilhões para a Salesforce.
A expectativa é que o LPA ajustado fique na faixa de US$ 4,71 a 4,73, levemente abaixo da previsão anterior de US$ 4,74 a 4,76, enquanto o consenso era de US$ 4,75.
A empresa de software também anunciou uma autorização para realizar um programa de recompra de ações de US$ 10 bilhões.
Uma analista do Morgan Stanley (NYSE:MS) ressaltou o corte nas projeções, o que acredita ser um movimento de gestão de risco por parte da CRM, dadas as condições macro mais fracas, em vez de refletir uma desaceleração de crescimento.
“A magnitude do corte da gerência para a meta de receita do EF23 (US$ 600 milhões excluindo impactos cambiais) pegou muita gente de surpresa e ofuscou a melhora nos fundamentos concretos em termos de margens e alocação de capital” declarou em nota aos clientes.
Um analista da Evercore ISI cortou o preço-alvo da ação de US$ 250 para US$ 225, pelo fato de o 2º tri ter sido um “trimestre revelador”.
“Embora o pouso forçado tenha sido mais complicado do que prevíamos em termos de perspectiva para o segundo semestre, o raio de esperança é que a projeção agora reflete o cenário macro, e a CRM continua comprometida com a expansão da margem. O programa de recompra deve ajudar a dissipar alguns dos questionamentos sobre a diluição e a estratégia mais ampla de capital. Em suma, embora não estejamos surpresos com a reação de curto prazo à perspectiva para o 2S, acreditamos que a narrativa de longo prazo vergou, mas não se rompeu”, afirmou em nota aos clientes.