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Simpar: “Nós vamos crescer a despeito da volatilidade deste ano”, diz CFO

Publicado 10.05.2022, 06:00
© Reuters.
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Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - A Simpar (SA:SIMH3) apresentou mais um trimestre positivo ao divulgar o seu balanço entre janeiro e março deste ano. A holding de capital aberto controla seis empresas: a JSL, Movida (SA:MOVI3), Vamos, Original Concessionária, CS Brasil e BBC.  Apesar de já existirem sinais de que os custos estão começando a afetar os negócios de logística, a companhia mostrou expansões robustas no lucro e no Ebitda. 

Denys Ferrez, CFO da Simpar, avalia que esse é resultado de um plano de longo prazo. Para o executivo, a empresa “fez a lição de casa” no passado ao desenhar uma estratégia clara para o futuro e agora colhe os frutos desse trabalho. 

O Ebitda da companhia subiu 106% na comparação com o 1T21, para R$ 1,5 bilhão, enquanto o lucro líquido do grupo somou R$ 329 milhões, alta anual de 92%.

No último trimestre, a Simpar se dedicou em estimular o crescimento das empresas de capital fechado do grupo, como as aquisições feitas para a Original Concessionária, que deve levar a receita bruta da controlada para R$ 4,2 bilhões, cerca de cinco vezes maior do que a atual.  Ferrez diz que também há um plano próprio traçado para a empresa e a abertura de capital da Original não está descartada.

Confira os destaques da entrevista que o CFO da Simpar, Denys Ferrez, concedeu com exclusividade para o Investing.com Brasil. 

Investing.com Brasil - O que podemos destacar do balanço do 1T22?

Denys Ferrez - A gente cresceu em 92% o lucro consolidado, ou seja, ele praticamente dobrou. Então em um período de uma comparação em que o custo de financiamento na taxa de juros praticamente triplicou, nós dobramos o lucro, o que é muito importante. O Ebitda ficou em R$ 1,5 bilhão e a receita líquida ficou em R$ 3,6 bilhões, uma alta de 60% se olhar só a de serviço. Isso está vindo junto com um maior retorno sobre o capital investido. O ROIC UDM foi de 14%, o que se for comparado com o 1T21, é um aumento de quase 6,3 p.p. Além disso, o ROE atingiu os 32,3%, o que eu acho ser um retorno muito bom considerando a taxa de juros esperada daqui para frente. 

Inv.br - Mas de onde vem todo esse resultado?

DF - Isso vem de uma situação onde a gente vem investindo cada vez mais focando no crescimento e estamos trazendo a estrutura de capital de uma maneira balanceada. Porque a gente tem o compromisso de, ao final de cada ano, terminar com uma alavancagem menor que a do ano anterior. Então, neste trimestre nós investimos R$ 2,5 bilhões, e eu chamo atenção para isso porque esse  número vai produzir benefícios de geração de caixa nos próximos trimestres. Esses R$ 2,5 bilhões do 1T22 são quase o triplo do investimento que nós fizemos em 2021. E, quando você olha a alavancagem, temos 3,5x que ainda não está recebendo os resultados desses investimentos.

Inv.br - E todas as empresas do grupo refletem esse trabalho de crescimento?

DF - Acho interessante destacar o posicionamento estratégico tomado por algumas das nossas empresas a partir dos seus conselhos. A Vamos, por exemplo, fez um pulmão de produtos de pronta entrega,  ela diminuiu o risco de abastecimento da sua cadeia que nós podemos observar levando em conta as situações na China e na Rússia. Já a Movida, que poderíamos dizer que está em um cenário difícil, conta com o raciocínio dos clientes de que alugar vale mais a pena que comprar um carro. Então, a Movida construiu uma aliança com as montadoras para atender aos clientes, com uma frota jovem, com 2,9 anos de idade. 

Inv.br - Como a Simpar enxerga a possibilidade de crescimento para este ano? 

DF - A gente fez um dever de casa grande, em termos de alongamento de dívida para abrir o pulmão da companhia para crescimento e também de liquidez para garantir a execução desse crescimento, a despeito de um ano volátil. É o que a gente tem executado. Continuo achando que o foco de todo mundo será a busca por eficiência e produtividade em função do aumento dos custos, porque há um choque de oferta. Todo mundo vai fazer ajuste. Mas a gente está vendo uma continuidade do nosso desenvolvimento. A gente tem uma visão de que nós vamos crescer a despeito da volatilidade. Porém, sempre tem a possibilidade de não crescer. Quer dizer, crescer não é uma obrigação, é uma decisão que se toma, então você adquire um volume maior de ativos e vai botando ele para trabalhar.

Inv.br - A Simpar está planejando recomendar mais aquisições para as suas controladas?

DF - Eu brinco que a gente tem as nossas joias abertas e as nossas joias escondidas, que estão com o capital fechado ainda. A gente tem duas frentes que estão ganhando o tamanho, uma na verdade mais rapidamente que outra que é, especificamente, a Original Concessionaria. A gente teve a felicidade de conseguir um espaço curto de tempo, fazer três aquisições. Nenhuma delas transitou no nosso resultado ainda, mas estamos levando uma operação que era de R$ 700 milhões por ano apenas com a Original, para então, com essas aquisições, chegar a uma receita de R$ 4 bilhões. A gente acha que esse ritmo de combinação de negócio está indo muito bem, porque está criando escala de forma bastante rápida. Além disso, tem a CS Infra, que este é o primeiro trimestre que você está vendo contribuição dessa incorporação.

Inv.br - Mas a Simpar já está pensando em abrir o capital da Original? 

DF - A gente não faz nada para abrir o capital exclusivamente. Mas tem um valor sendo criado e acho que posso dizer que um evento que marque preço ou que seja para monetização da empresa seria para um intervalo para daqui até três anos, do jeito que as coisas estão indo. Eu estou muito otimista dado o diálogo o canal aberto com com vários eh donos de negócio. 

Inv.br - Como foram recebidos os investimentos da BID Invest pelas empresas do grupo?

DF - Foram quatro empresas do grupo que receberam esse investimento: a JSL, Movidas, Vamos e CS Brasil. O financiamento é uma linha de apoio para melhorar a sociedade, seja nos aspectos das pessoas ou do meio ambiente. Então como eles são muito disciplinados na concessão, é muito simbólico o grupo ter esse voto de confiança. Então, eu particularmente fiquei muito feliz, porque a gente está fazendo um negócio legítimo e nós temos o Fernando Filho, que é a terceira geração da família que criou a Simpar, e que trouxe essa visão para o conselho de administração já há alguns anos. Ele está preocupado em trazer para a gente essa questão ambiental, como a substituição do combustível fóssil no caminhão pelo gás metano ou então pelos carros elétricos. Nós também tentamos influenciar nossos clientes e fornecedores a olhar para a sustentabilidade. É muito emblemático termos o apoio do BID. 

Inv.br - Mas já existem projetos definidos para o investimento desse financiamento? 

DF - Tem a expansão da frota elétrica do automóvel e a dos caminhões com o gás ao invés do diesel, objetivando a redução de emissão, por exemplo. 

 

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