BERLIM/FRANKFURT (Reuters) - O sindicato alemão de pilotos vai prolongar uma greve na Lufthansa até quarta-feira, em seguida a uma paralisação já programada para terça, numa longa disputa em torno de salários, benefícios e cortes de gastos.
A paralisação de terça, a 13ª em 18 meses, afeta voos de longa distância de passageiros e de cargas que tenham a Alemanha como ponto de partida das 3h às 18h59 (horário de Brasília), enquanto a parada de 24 horas na quarta tem como foco voos curtos da Lufthansa e da Germanwings, disse o sindicato nesta segunda-feira.
A Lufthansa disse que vai operar 90 dos cerca de 170 voos de longa distância planejados para terça e todos os sete voos de carga graças a pilotos que se voluntariaram para trabalhar. A companhia espera o cancelamento de várias centenas de voos na quarta-feira, quando tem 1.350 voos de curta distância planejados.
A empresa tenta cortar gastos enquanto luta para manter sua participação de mercado na disputa com rivais de baixo custo como a Ryanair.
As relações entre a administração da empresa e o sindicato Vereinigung Cockpit (VC), que representa cerca de 5 mil pilotos de Lufthansa e Germanwings, se agravaram novamente na semana passada. O sindicato tem feito concessões, incluindo aumentar a idade média de aposentadoria para 60 anos e buscar maneiras para reduzir custos para um nível equiparável ao da easyJet.
Ao anunciar a paralisação de quarta, o porta-voz do sindicato Markus Wahl disse que a administração da Lufthansa não demonstrou nenhuma disposição em alcançar um acordo. A empresa disse mais cedo nesta segunda que fez uma oferta no fim de semana, mas o VC afirmou que a oferta não servia como base para negociações.
Como condição prévia para negociar, o VC quer que a Lufthansa interrompa o processo de empregar funcionários com contratos fora da Alemanha para expandir sua divisão de baixo custo Eurowings, que possui uma licença de operação na Áustria.
(Por Victoria Bryan e Peter Maushagen)