Por Julie Ingwersen
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros de referência da soja negociados em Chicago superaram a marca de 16 dólares por bushel pela primeira vez desde 2012 nesta terça-feira, com operadores focados no aperto das ofertas de grãos para ração e no clima seco nas áreas produtoras de milho do Brasil.
Os futuros de milho e trigo também registraram fortes altas, com contratos de vencimentos mais próximos liderando os ganhos. O dólar mais desvalorizado forneceu suporte, tornando os grãos dos EUA mais competitivos globalmente.
O contrato julho da soja fechou em alta de 27,25 centavos de dólar, a 16,1475 dólares por bushel, após atingir uma máxima contratual de 16,2550 dólares, maior nível para o contrato mais ativo desde setembro de 2012, em gráfico contínuo.
O milho para julho avançou 10,50 centavos, para 7,2225 dólares por bushel, operando um pouco abaixo da máxima contratual estabelecida na semana passada. Já o trigo para julho subiu 11,25 centavos, a 7,4175 dólares/bushel.
A soja superou os 16 dólares por preocupações com a diminuição das ofertas de grãos para ração, incluindo farelo de soja e milho. O rali reflete o clima seco no Brasil, que pode afetar a produção de milho do país.
"As exportações (de milho) que o Brasil estaria realizando em junho, julho e agosto não vão acontecer. Então, todos ao redor do mundo que gostariam de importar milho do Brasil serão obrigados a recorrer aos EUA", afirmou Terry Roggensack, analista do The Hightower Report.
O aperto nas ofertas de milho deve afetar também matérias-primas concorrentes no setor de ração, incluindo o farelo de soja. "Quanto mais o milho subir, mais valorizado o farelo fica", disse Roggensack.
(Reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris, Naveen Thukral em Singapura e Mark Weinraub em Chicago)