Por Yasin Ebrahim
Investing.com – O S&P 500 teve novo recuo na sexta-feira, com a previsão do Presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, de que o banco central poderia elevar as taxas de juros mais cedo que o esperado a fim de manter a inflação limitada.
O S&P 500 caía 0,19%, o Dow Jones Industrial Average recuava 1,2%, ou 419 pontos, e o Nasdaq Composite apresentava baixa de 0,64% por volta das 16h55 (horário de Brasília).
Bullard, membro sem direito a voto do Fed, disse que esperava que o primeiro aumento das taxas acontecesse até o final de 2022, antes das projeções atuais da Fed, que indicam que a escalada ocorrerá em 2023.
"Eu nos coloco começando no final de 2022", Bullard disse na sexta-feira durante uma entrevista de TV na CNBC. "[M]inha previsão projeta inflação de 3% em 2021 -- núcleo do PCE -- e de 2,5% em 2022."
"Para mim, isso vem de encontro ao nosso novo contexto, em que afirmamos que vamos permitir que a inflação fique acima da meta durante algum tempo e, a partir daí, poderíamos reduzir a inflação para 2% no horizonte subsequente", acrescentou.
Entretanto, o Fed começará a drenar o poço de liquidez antes de elevar as taxas, com algumas apostas em Wall Street de que o banco central poderia começar a frear suas compras mensais de títulos até o fim do ano
A semana à frente promete trazer ainda mais falas do Fed sobre a redução de recompras e a inflação, já que vários membros do Fed têm declarações agendadas.
A fala hawkish oriunda do Federal Reserve não assustou os preços dos títulos, enquanto os rendimentos, ou as taxas, baixaram.
A queda nas taxas apanhou alguns de surpresa, mas ela provavelmente indica que o mercado de títulos apoia a aposta do Fed de que a inflação será transitória.
A movimentação nos rendimentos dos títulos "mais provavelmente indica que o mercado de títulos está aceitando a noção do Fed de retórica de descarte da inflação; o Fed tem sido claro que espera que o recente salto na inflação seja temporário, e à medida que avançamos para o final do ano e para 2022, espera-se que as pressões sobre os preços irão diminuir", a Stifel Economics afirmou em relatório.
As ações dos bancos sentiram o impacto da movimentação em taxas mais baixas, com JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) e Goldman Sachs Group (NYSE:GS) (SA:GSGI34) caindo de 1% a 3%.
O setor de tecnologia, normalmente um fã de taxas em queda, não conseguiu tirar vantagem do movimento de queda nas taxas, embora tenha se saído melhor que o mercado em geral, com baixa de cerca de 0,6%.
Alphabet, a controladora do Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) caía 1,4%, Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) perdia 0,6%, Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) apresentava baixa de 1%, Amazon.com (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) tinha queda de 0,1% e Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) caía 2%.
Enquanto isso, as ações de energia sofrem uma segunda semana de perdas, com queda de mais de 1%, embora os preços do petróleo tenham se mantido firmes.
Em outras notícias, Smith & Wesson Brands (NASDAQ:SWBI) saltava mais de 17% após aumentar seus dividendos em 60% e ter aprovado uma recompra de ações de US$ 50 milhões, após resultados trimestrais melhores que o esperado.