Por Giulio Piovaccari
MILÃO (Reuters) - A montadora Stellantis (NYSE:STLA) acredita que os carros à combustão continuarão rodando até 2050, tornando necessárias medidas para conter suas emissões de carbono até que sejam totalmente substituídos pelos veículos elétricos.
Terceira maior montadora do mundo em vendas e proprietária de marcas como Fiat, Peugeot e Jeep, a empresa anunciou nesta semana que testes feitos com a gigante saudita do petróleo Aramco (TADAWUL:2222) mostraram que 24 tipos de motores à combustão em veículos europeus produzidos desde 2014 podem usar e-combustíveis sem precisar de adaptações.
A Stellantis reafirmou seu compromisso de que todas as suas vendas na Europa até 2030 serão de elétricos, embora a União Europeia tenha excluído carros que usam e-combustíveis de seu prazo final de 2035 para que os veículos emissores de dióxido de carbono sejam descontinuados.
Mas muitos dos veículos à combustão fabricados até 2029 rodarão por pelo menos mais duas décadas, disse nesta quinta-feira Christian Mueller, vice-presidente sênior da Stellantis para Sistemas de Propulsão na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África).
“Precisamos realmente cuidar da nossa frota”, afirmou. “Creio que 25% de nossos veículos ainda sejam utilizados depois de 20 anos. Assim, o tempo de exposição aos e-combustíveis é considerável, muito considerável.”
Céticos dizem que os e-combustíveis, contudo, não são uma opção viável no curto prazo, devido à baixa disponibilidade e aos altos custos. O CTO de Transportes da Aramco, Amer Amer, afirmou que a produção deve começar em 2025, nas duas usinas de demonstração da empresa, na Arábia Saudita e Espanha.
Os executivos de Stellantis e Aramco esperam que a disponibilidade dos e-combustíveis aumente e o preço diminua, devido a incentivos fiscais na União Europeia.
(Reportagem de Giulio Piovaccari)