SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro em setembro recuaram 1,9% na comparação com o mesmo período do ano passado e caíram 2,4% ante agosto, no pior desempenho do setor no ano, segundo levantamento da empresa de meios de pagamento Stone (NASDAQ:STNE) divulgado nesta quinta-feira.
Os dados vieram dois dias depois que a rival Cielo (BVMF:CIEL3) indicou que as vendas no varejo no mês passado tiveram queda de 3,3% sobre um ano antes, descontada a inflação.
Segundo os números da Stone, que apura mensalmente o desempenho do setor com base nos comerciantes credenciados a sua plataforma, os oito segmentos analisados tiveram queda mensal, liderados por móveis e eletrodomésticos e livros, jornais, revistas e papelaria, ambos com queda de 3,5%.
"O resultado de setembro é o pior do varejo no ano, sendo a segunda queda dos últimos quatro meses", afirmou Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone. "Assim, embora haja uma diminuição generalizada, a volatilidade dos últimos meses torna a expectativa para o restante do ano ainda incerta", acrescentou.
No terceiro trimestre como um todo, as vendas no varejo recuaram 0,9% ante os três meses imediatamente anteriores, segundo os dados da Stone. Ante o terceiro trimestre de 2023, houve crescimento de 1% nas vendas.
Na comparação trimestral, apenas dois dos oito setores apurados pela empresa mostraram desempenho positivo nos meses de julho a setembro: combustíveis e lubrificantes (2,6%) e tecidos, vestuário e calçados (0,8%).
Em contrapartida, o setor de "outros artigos de uso pessoal e doméstico" teve queda de 2%, seguido por artigos farmacêuticos(-1,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-0,6%) e material de construção (-0,5%).