Por Julio-Cesar Chavez e Andrew Hay e Joseph Ax
ALTOONA, Estados Unidos (Reuters) - Promotores de Nova York apresentaram uma acusação de homicídio contra o suspeito de matar um executivo da UnitedHealth em Manhattan, em um ataque que deu início a uma tensa caçada de cinco dias que culminou com sua captura no Estado norte-americano da Pensilvânia na segunda-feira.
O suposto assassino, identificado como Luigi Mangione, 26 anos, foi capturado em Altoona, Pensilvânia, depois de ter sido visto comendo em um McDonald's (NYSE:MCD) por um cliente e um funcionário que acreditavam que ele se parecia com o atirador, disseram as autoridades a jornalistas.
Quando abordado por dois policiais dentro do McDonald's e perguntado se havia estado recentemente em Nova York, Mangione começou a tremer e ficou quieto, disse um dos policiais durante entrevista à imprensa. Ele estava usando uma máscara e estava sozinho com um notebook e uma mochila.
Uma busca na mochila revelou uma "arma fantasma" preta - uma arma de fogo montada a partir de peças avulsas, o que a torna impossível de ser rastreada - carregada e equipada com um silenciador. As autoridades da Pensilvânia disseram que a arma, bem como as roupas e uma máscara, eram semelhantes às usadas pelo assassino.
Mangione foi conduzido ao tribunal do Condado de Blair, em Altoona, para ser acusado formalmente na noite de segunda-feira de porte de arma ilegal e falsificação. O juiz perguntou a Mangione se ele entendia as acusações contra ele, e ele disse que sim.
Os promotores de Nova York apresentaram uma acusação de homicídio, juntamente com quatro acusações relacionadas a armas contra Mangione.
Segundo promotores da Pensilvânia, Mangione foi encontrado com várias identidades falsas e uma grande soma de dinheiro. Vários dispositivos eletrônicos também foram encontrados com o suspeito e estão sendo examinados pela polícia.
Policiais da Pensilvânia disseram a jornalistas que estavam trabalhando para determinar se Mangione tinha cúmplices e se pretendia matar mais alguém. Eles disseram que ele estava na Pensilvânia há vários dias e estavam investigando exatamente onde ele estava e o que fazia no Estado.
Uma das identidades falsas de Mangione era de Nova Jersey e corresponde à usada pelo atirador para fazer o check-in em um albergue de Manhattan dias antes do tiroteio, disseram as autoridades.
A polícia também encontrou um documento manuscrito que cita "tanto sua motivação quanto sua mentalidade", disse a Comissária de Polícia de Nova York, Jessica Tisch, na segunda-feira.
Embora o documento não mencionasse alvos específicos, Mangione nutria "desprezo em relação às empresas dos EUA", disse Joseph Kenny, chefe de detetives da polícia de Nova York.
Mangione se formou em uma escola particular só para meninos em Baltimore. Ele foi escolhido orador da turma em 2016, antes de obter dois diplomas de engenharia em 2020 na Universidade da Pensilvânia, de acordo com os registros escolares. Seu último endereço conhecido era em Honolulu, Havaí, disseram autoridades.
"Nossa família está chocada e devastada com a prisão de Luigi", disse a família Mangione em uma declaração publicada na conta do político de Maryland Nino Mangione no X. Eles disseram que não poderiam comentar mais, pois "só sabem o que lemos na mídia" e ofereceram suas orações à família do executivo.
Thompson, 50 anos, foi morto a tiros do lado de fora de um hotel de Manhattan na manhã da quarta-feira passada por um homem mascarado que parecia esperar sua chegada antes de atirar no executivo pelas costas.
O suspeito fugiu do local e, em seguida, foi de bicicleta até o Central Park. Um vídeo de vigilância o flagrou saindo do parque e pegando um táxi para uma estação de ônibus no norte de Manhattan, onde a polícia acredita que ele tenha usado um ônibus para fugir da cidade.
As palavras "deny" (negar), "defend" (defender) e "depose" (depor) foram gravadas em cartuchos de balas encontrados na cena do crime, segundo a mídia local. As palavras evocam o título de um livro que critica o setor de seguros, publicado em 2010, intitulado "Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don't Pay Claims and What You Can Do About It" ("Atrasar, Negar, Defender: Por Que As Seguradoras Não Pagam Os Sinistros E O Que Você Pode Fazer A Respeito).
O assassinato de Thompson desencadeou uma onda de manifestações online entre norte-americanos frustrados com negativas de planos de saúde em atender seus pedidos de atendimento, ou que enfrentaram custos inesperados ou tiveram que pagar mais para receberem atendimento médico - todas tendências que estão aumentando, de acordo com dados recentes.