Suspeito do assassinato de executivo da UnitedHealth não era cliente da seguradora

Publicado 13.12.2024, 18:22
Atualizado 13.12.2024, 18:26
© Reuters. Luigi Mangione, suspeito do assassinato do executivo da empresa norte-americana UnitedHealth Brian Thompson é conduzido após audiência em tribunal em  Hollidaysburg, Pennsylvania, EUAn1-/12/2024nREUTERS/Eduardo Munoz

Por Manas Mishra e Amina Niasse

(Reuters) - O suspeito do assassinato do executivo do UnitedHealth Group Brian Thompson não era cliente da seguradora de saúde, disse um porta-voz da empresa nesta sexta-feira.

Luigi Mangione foi acusado de ter assassinado Thompson em 9 de dezembro em frente a um hotel em Manhattan antes de uma conferência da empresa, após uma caçada de cinco dias.

Mangione sofria de dores crônicas nas costas que afetavam sua vida diária, de acordo com amigos e publicações nas redes sociais, embora não esteja claro se sua saúde pessoal teve um papel no tiroteio.

A UnitedHealth não tem registros anteriores de Mangione ou de sua mãe, segundo o porta-voz.

O assassinato de Thompson foi recebido com choque por todo o setor e também gerou manifestação de raiva por parte de norte-americanos que sofrem com os custos de assistência médica e complexidades do seguro de saúde nos EUA.

Autoridades públicas e executivos do setor de saúde reconheceram as frustrações, mas, nos últimos dias, foram mais incisivas ao reagir contra a glorificação um acusado de assassinato nas redes sociais.

Em um artigo de opinião publicado no New York Times nesta sexta-feira, o presidente-executivo do UnitedHealth Group, Andrew Witty, disse que entende as frustrações do público com o sistema de saúde "falho" dos EUA, mas lamentou a morte de Thompson e condenou o "ódio violento que foi direcionado aos nossos colegas que têm sido atormentados por ameaças". Thompson era presidente-executivo do grande setor de seguros de saúde da empresa.

Segundo o New York Times, um relatório interno da polícia da cidade de Nova York analisando os escritos de Mangione concluiu que ele considerava o assassinato uma resposta justificada ao que acreditava ser corrupção no setor de saúde.

Em alguns círculos, Mangione foi celebrado e mais de mil doações foram feitas em uma campanha de arrecadação de fundos online para sua defesa legal.

"Ele está representando uma raiva generalizada que é sentida por pessoas da classe média, da classe trabalhadora e por pessoas abastadas que também têm problemas com sua seguradora", disse Pepper Culpepper, professor de governo e políticas públicas na Universidade de Oxford.

A ABC News e outros veículos noticiaram nesta sexta-feira que uma mulher da Flórida foi presa depois de supostamente encerrar uma ligação telefônica com um representante de sua seguradora Blue Cross Blue Shield dizendo as palavras "Atrasar, negar, destituir. Vocês são os próximos".

As palavras "negar", "defender" e "depor" foram gravadas em cartuchos encontrados na cena do assassinato de Thompson, segundo vários veículos de notícias, evocando o título de um livro crítico do setor de seguros publicado em 2010, intitulado "Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don't Pay Claims and What You Can Do About It" (Atrasar, Negar, Defender: Por Que Seguradoras Não Pagam Sinistros e o Que Pode Ser (BVMF:SEER3) Feito a Respeito, em inglês).

"INTENSAMENTE PESSOAL E MUITO COMPLICADO"

"Os cuidados com a saúde são intensamente pessoais e muito complicados, e as razões por trás das decisões de cobertura não são bem compreendidas", escreveu Witty em seus primeiros comentários públicos desde o assassinato, observando que o sistema de saúde dos EUA é uma colcha de retalhos construída ao longo de décadas.

"Compartilhamos parte da responsabilidade por isso. Juntamente com empregadores, governos e outros que pagam pelo atendimento, precisamos melhorar a forma como explicamos o que o seguro cobre e como as decisões são tomadas", escreveu.

Não está claro se os eventos recentes "representam um divisor de águas" que poderiam catalisar mudanças no setor, disse Julie Utterback, analista da Morningstar. "Definitivamente, é possível sentir no ar o potencial para algum tipo de mudança."

(Reportagem de Manas Mishra e Sriparna Roy, em Bengaluru, e Amina Niasse, em Nova York)

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