SÃO PAULO (Reuters) -O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou na segunda-feira que defenderá a privatização do Porto de Santos apesar da oposição do governo federal.
"Vou insistir na privatização do Porto de Santos", disse Tarcísio a jornalistas após reunião com secretários no Palácio dos Bandeirantes.
Como ministro da Infraestrutura do governo do presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio tinha a privatização do porto no litoral paulista, o maior da América Latina, como um de seus principais projetos.
O andamento do processo está parado no Tribunal de Contas de União (TCU), cujo aval é necessário para seguir adiante, já que trata-se de um ativo federal. Diferentemente do governo Bolsonaro, no entanto, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse na véspera, tem sinalizado ser contrário à privatização.
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, disse nesta segunda em Brasília que a autoridade portuária não será privatizada. "Não há problemas de privatizar os terminais, a gente gostaria que os terminais fossem privatizados, mas a autoridade portuária nós não vamos privatizar", afirmou.
Tarcísio disse que defenderá a privatização do porto por considerar o potencial de atração de investimentos, estimado em cerca de 20 bilhões de reais. "Mas vamos considerar um plano B", acrescentou, sem dar mais detalhes, caso não haja acordo com o governo federal.
O governador, que assumiu o cargo na véspera, reafirmou também a intenção de privatizar a companhia de saneamento básico do Estado, a Sabesp (BVMF:SBSP3), e adiantou que considera bom o modelo feito com a Eletrobras (BVMF:ELET3), que foi privatizada no ano passado pelo governo federal por meio de uma oferta de ações que diluiu o controle da companhia em bolsa.
(Por Aluisio AlvesEdição de Pedro Fonseca)