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Investing.com — O amplo programa tarifário anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “pode explodir a Apple” (BVMF:AAPL34) (NASDAQ:AAPL), segundo avaliação da Rosenblatt.
De acordo com estimativas da corretora, a empresa pode enfrentar encargos adicionais da ordem de US$ 39,5 bilhões, em razão da elevada participação de sua cadeia produtiva localizada na China e no Vietnã.
Como praticamente todos os iPhones vendidos nos EUA são produzidos em território chinês — além de uma parcela relevante da fabricação de Macs, iPads, Apple Watches e AirPods — as tarifas têm potencial para pressionar significativamente os resultados financeiros da companhia.
O analista Barton Crockett projeta que, caso a Apple opte por absorver integralmente esses custos, o lucro operacional e o lucro por ação (LPA) anualizados poderiam recuar em torno de 32%.
"A Apple pode considerar repassar parte desses custos aos consumidores. Mas estimamos que seria necessário um aumento de cerca de 40% nos preços dos dispositivos para compensar totalmente o impacto tarifário. Isso provavelmente reduziria a demanda. Por isso, não está claro se essa estratégia seria viável", destacou Crockett em nota divulgada na quinta-feira.
O cenário competitivo também pode se alterar. A principal concorrente da Apple no mercado norte-americano, a Samsung (KS:005930), está sujeita a uma tarifa de 25% sobre produtos da Coreia do Sul — o que pode proporcionar vantagem relativa à empresa sul-coreana, dependendo de sua estrutura de custos e repasse.
Além das tarifas, analistas acompanham a possibilidade de retaliações por parte da China. Entre as hipóteses, estão medidas que favoreçam fabricantes locais de smartphones ou mudanças no comportamento do consumidor chinês, com menor propensão a adquirir produtos de origem americana.
A realocação da produção do iPhone para os Estados Unidos, como forma de mitigar os efeitos das tarifas e eventuais contramedidas, é considerada economicamente inviável no curto prazo. Crockett observa que essa mudança, se ocorrer, demandaria anos até ser viável em escala.
Ele também comentou que, apesar de Trump ter mencionado uma eventual redução tarifária como parte de um possível acordo envolvendo a venda do TikTok, os efeitos mais amplos das tarifas sobre os preços ao consumidor final — especialmente em grandes varejistas como Walmart (NYSE:WMT) e Amazon (NASDAQ:AMZN) — seguem como fonte de preocupação.
Diante desse novo cenário, o analista reconheceu que a expectativa de que a Apple receberia tratamento diferenciado em função de seu status simbólico dentro da economia americana pode não se confirmar.
“Isso ainda é possível, mas nossa tese e estimativas estão claramente sob risco”, concluiu.