A queda dos juros dos Treasuries e o enfraquecimento do dólar ante o real são insuficientes nesta sexta-feira, 9, para promover a redução de prêmios no mercado futuro de juros, embora as taxas já estejam distantes das máximas do dia. O ambiente no exterior é ameno, com agenda escassa e alívio do nervosismo que marcou o início da semana, desde que indicadores econômicos afastaram o temor de recessão nos Estados Unidos.
No mercado futuro de juros, as atenções se concentram na política monetária interna, cujos próximos passos ficaram mais incertos depois da divulgação da inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho (0,38%) acima do esperado (0,35%).
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O desconforto com o IPCA se soma às declarações duras do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que afastou a ideia de um BC leniente com a inflação na próxima gestão do BC, para a qual ele é apontado como favorito.
Galípolo disse, entre outras coisas, que todos os diretores do BC estão prontos a votar por uma elevação na taxa básica de juros, se isso for necessário para fazer a inflação convergir à meta.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o resultado do IPCA e disse que é o Banco Central quem tem mandato para gerir a inflação. Ele ressaltou a queda recente do dólar e afirmou esperar que os números convirjam para patamares inferiores. Segundo o ministro, "alguma mexida na inflação" deste ano já era esperada, em função da instabilidade no cenário internacional. "Vamos acompanhar com calma, o BC já parou os cortes de juros e vamos analisar com calma. Tem muita coisa para acontecer este ano ainda, sobretudo no cenário internacional. Temos que ter cautela agora", disse Haddad.
Às 11h46, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,755%, ante 10,688% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2026 projetava 11,58%, de 11,57%.