Taxas dos DIs sobem em dia de realização de lucros e alta do dólar

Publicado 05.02.2025, 16:52
Atualizado 05.02.2025, 16:55
© Reuters. Moedas de real no Rio de Janeiron15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

SÃO PAULO (Reuters) - Após a sequência mais recente de quedas, as taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta, em especial entre os vencimentos com prazos mais longos, com investidores realizando lucros em um dia em que o dólar também voltou a subir ante o real.

O avanço das taxas futuras no Brasil esteve na contramão da queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após uma desaceleração não esperada do setor de serviços dos Estados Unidos.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 -- um dos mais líquidos no curtíssimo prazo -- estava em 14,155%, ante o ajuste de 14,145% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,955%, ante o ajuste de 14,913%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,59%, em alta de 20 pontos-base ante 14,391% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,54%, ante 14,34%.

Em sessões anteriores recentes as taxas dos DIs haviam registrado perdas consistentes, em sintonia com a queda do dólar ante o real, em meio à percepção de que as ameaças de tarifas dos EUA contra México, Canadá e China passarão por negociações, sem se transformarem necessariamente numa guerra comercial aberta.

Nesta quarta-feira, no entanto, parte dos investidores decidiu realizar os lucros recentes, o que se traduziu na compra de dólares no mercado de câmbio e de taxa no mercado de renda fixa.

Operador da mesa de um grande banco de investimentos afirmou à Reuters que a liquidez e as ordens de venda de taxa estavam escassas, o que justificava a abertura da curva a termo no Brasil.

O movimento ocorria a despeito de os yields de longo prazo dos títulos norte-americanos estarem em baixa firme, após o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informar pela manhã que o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos EUA caiu de 54,0 em dezembro para 52,8 em janeiro. Economistas consultados pela Reuters previam alta para 54,3. Uma leitura do PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia dos EUA.

Às 16h44, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 9 pontos-base, a 4,422%.

No Brasil, o mercado esteve atento ainda a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após encontro com o novo presidente da Câmara, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Haddad reforçou que a reforma do Imposto de Renda (IR) a ser proposta pelo governo, que prevê isenção para quem ganha até 5 mil reais por mês, irá incluir medidas para compensar a renúncia fiscal.

"Nenhuma renúncia fiscal no Brasil pode ser feita sem compensação", afirmou Haddad durante rápida entrevista ao lado de Motta. "O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) vai anunciar quando conveniente", acrescentou, ao ser questionado por repórter sobre qual seria a compensação.

Porém, na lista de 25 iniciativas do Ministério da Fazenda para este e o próximo ano, apresentada por Haddad a Motta, aparece a reforma da renda para quem ganha até 5 mil reais juntamente com a "tributação sobre o topo da pirâmide de renda" -- uma indicação de que, como sinalizado no ano passado, o governo espera cobrar mais impostos da população de alta renda para compensar as isenções fiscais para a base da pirâmide.

Para os próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o mercado segue precificando elevação de 100 pontos-base da Selic em março, permanecendo dividido sobre o encontro seguinte, em maio.

Na terça-feira o mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3) precificava 30,50% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio, 24,50% de chances de elevação de 75 pontos-base e 23,50% de probabilidade de alta de 100 pontos-base. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

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