A TIM (BVMF:TIMS3) teve lucro líquido normalizado de R$ 590 milhões no quarto trimestre de 2022, o que representa um recuo de 23,2% em relação ao mesmo período de 2021. No ano inteiro de 2022, o lucro encolheu 18,4%, para R$ 1,795 bilhão.
A baixa foi uma consequência do aumento da dívida e das despesas com pagamento de juros. Vale lembrar que a TIM precisou recorrer a empréstimo para participar do leilão das faixas do 5G e para comprar a rede móvel da Oi (BVMF:OIBR3) - esta última foi uma operação de R$ 16,5 bilhões ao lado de Vivo e Claro.
O lucro líquido também sofreu um efeito contábil negativo de depreciação. A rede incorporadora da Oi tinha, por exemplo, antenas em duplicidade com as da TIM e que estão sendo desligadas, gerando baixas no balanço.
A TIM vem falando a investidores e analistas que a queda no lucro é transitória e será compensada pelo crescimento das operações, com aumento da receita e ganhos de sinergias que melhorarão as margens nos próximos anos.
O lucro de caráter operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), chegou a R$ 2,930 bilhões no quarto trimestre de 2022, avanço de 19,6% perante o mesmo período de 2021. A margem Ebitda baixou 1,1 ponto porcentual, para 49,9%. No acumulado do ano, o Ebitda aumentou 17,2%, para R$ 10,236 bilhões.
A receita líquida também cresceu. No trimestre, o aumento foi de 22,4%, para R$ 5,874 bilhões. No ano, houve expansão de 19,5%, para R$ 21,580 bilhões, impulsionado pelo faturamento maior com telefonia móvel, banda larga e venda de produtos.
Os custos e despesas da operação aumentaram 25,2% no quarto trimestre, chegando a R$ 2,944 bilhões. No ano, avançaram 21,7%, indo a R$ 11,344 bilhões. Esta linha foi impactadas pela transação com a Oi e pela nova linha de custos com a operadora da rede de fibra ótica I-Systems, que dá suporte para o serviço de banda larga.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas com juros) ficou negativo em R$ 350 milhões no quarto trimestre de 2022, uma piora de 94,3%. No ano, ficou negativo em R$ 1,439 bilhão, deterioração de 120%.
A linha de depreciação e amortização no quarto trimestre ficou negativa em R$ 1,858 bilhão, avanço de 29,4%. No ano, totalizou R$ 6,827 bilhão, alta de 19,9%.
O fluxo de caixa operacional livre normalizado totalizou R$ 2,253 bilhões no quarto trimestre, representando um aumento de 28,0%. No ano, totalizou R$ 6,913 bilhões, alta de 27,8%.
A TIM realizou investimentos de R$ 1,375 bilhão no quarto trimestre, alta de 9,6%. No ano, totalizou R$ 4,730 bilhões, expansão de 8%.
A companhia chegou ao fim do ano com dívida líquida de R$ 13,835 bilhões, o que representa uma alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda normalizado) de 1,4 vez. O custo médio da dívida, excluindo os leases e licenças relacionadas ao leilão do 5G, foi de 14,2% ao ano no quarto trimestre de 2022, uma elevação quando comparado ao custo de 9,5% ao ano do mesmo período do ano anterior.