Por David Shepardson e Shivani Tanna
(Reuters) - O sindicato norte-americano United Auto Workers (UAW) anunciou nesta quarta-feira que 8.700 membros sindicais entraram em greve na fábrica de picapes da Ford (NYSE:F) em Kentucky, após alegar que a segunda maior montadora dos Estados Unidos se recusou a avançar nas negociações.
A decisão de paralisar a maior fábrica da empresa representa uma escalada significativa na greve direcionada às três grandes montadoras de Detroit, agora em sua quarta semana. A planta gera 25 bilhões de dólares em receita anual, cerca de um sexto da receita automotiva global da companhia.
A Ford disse que a decisão é "extremamente irresponsável, mas não surpreendente, dada a estratégia declarada da liderança sindical de manter as 'Três Grandes de Detroit' prejudicadas por meses por meio de 'danos à reputação' e 'caos industrial'."
"Trata-se de uma planta muito lucrativa e, como não houve nenhum aviso prévio, isso será particularmente disruptivo", disse Harley Shaiken, docente especialista em assuntos relacionados ao trabalho da Universidade da Califórnia, em Berkeley. "Isso aumenta a pressão. É definitivamente uma mudança de tom."
Antes do anúncio sobre a Ford nesta quarta-feira, o sindicato havia ordenado paralisações em cinco instalações de montagem, incluindo duas da Ford, nas três montadoras e em 38 depósitos de peças operados pela GM e Stellantis (NYSE:STLA).