Por Brendan Pierson
(Reuters) - Um tribunal de apelações dos EUA se recusou nesta segunda-feira a rejeitar o processo de um médico da Georgia alegando que o herbicida Roundup da Bayer AG (ETR:BAYGN) causou câncer, no mais recente revés nas tentativas da companhia alemã de se defender de milhares de casos parecidos que podem expô-la a indenizações de bilhões de dólares.
Um painel com três juízes do Tribunal de Apelações do 11º Circuito em Atlanta rejeitou o argumento da Bayer de que a aprovação de reguladores federais ao Roundup protegia a empresa de ser processada, sob leis estaduais, por não avisar os consumidores sobre os riscos do produto. Vários outros tribunais de apelação chegaram à mesma conclusão em processos parecidos.
Se o 11º Circuito tivesse divergido desses outros tribunais, seria mais provável que a Suprema Corte dos EUA assumisse a questão. A Bayer disse que espera que uma decisão favorável da Suprema Corte possa limitar sua exposição a processos relacionados ao Roundup, mas o tribunal tem rechaçado suas apelações até agora.
David Carson, autor da queixa, disse no processo que foi diagnosticado com um tipo de câncer chamado fibro-histiocitoma maligno em 2016, após usar o Roundup por 30 anos.
Processos relacionados ao Roundup perseguem a Bayer desde que ela adquiriu a marca quando comprou a Monsanto por 63 bilhões de dólares, em 2018. A empresa fechou acordo na maioria dos processos pendentes em 2020 por até 10,9 bilhões de dólares, mas ainda encara mais de 50.000 reivindicações sobre o produto.
A maioria dos processos alega que o Roundup causou um tipo de câncer chamado non-Hodgkins linfoma, embora alguns digam que ele causou outros cânceres. A Bayer afirma que o Roundup é seguro e não causa câncer.
(Reportagem de Brendan Pierson em Nova York)