CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Uber (BVMF:U1BE34)(NYSE:UBER) e os aplicativos de entrega DiDi e Rappi propuseram pela primeira vez benefícios de seguridade social a trabalhadores no México antes que um novo projeto de lei do governo regule o setor.
As empresas disseram nesta quarta-feira em um comunicado assinado em conjunto por grupos de direitos dos trabalhadores, que estão abertas à concessão dos benefícios a motoristas e entregadores que trabalhem em média mais de 40 horas por semana em uma ou mais plataformas.
As companhias não concordaram em classificar os motoristas como empregados, no entanto, poucos detalhes foram dados sobre como os pagamentos para os custos da previdência social seriam divididos.
A ministra mexicana do Trabalho, Luisa Alcalde, disse que as autoridades estão trabalhando em um projeto de lei, que ela espera apresentar antes do final do ano, que trará os trabalhadores de aplicativos para a "economia formal".
Ainda não está claro se o projeto de lei buscará tornar os motoristas e entregadores funcionários das plataformas ou vai propor outras reformas em linha com a proposta divulgada nesta quarta-feira pelos aplicativos.
As empresas do setor se opõem aos apelos para que os trabalhadores de suas plataformas sejam considerados como funcionários, em vez de fornecedores independentes de serviços, dizendo que a mudança prejudicará seus modelos de negócios.
A declaração da Uber, da empresa chinesa de mobilidade DiDi Global e do aplicativo de entrega latino-americano Rappi também sugere o estabelecimento de mecanismos para garantir um pagamento justo de acordo com o tempo trabalhado, mas não informou detalhes.
"É hora de dar o próximo passo e encontrar um ponto de consenso... e começar a melhorar as condições" de trabalho, disse Tonatiuh Anzures, diretor de assuntos governamentais da DiDi no México.
Quaisquer mudanças dependerão de novas negociações e apoio do governo, acrescentou Anzures.
Nicolas Sanchez, chefe de políticas públicas da Uber no México, disse que espera que os custos extras sejam baixos, mas que a empresa está "aberta a eles" se o setor, que abrange cerca de 500 mil pessoas no país, puder manter a flexibilidade.
O Ministério do Trabalho do México não comentou o assunto.
(Por Isabel Woodford)