UE diz que negociações comerciais dos EUA estão na direção certa, mas tarifas sobre metais não ajudam

Publicado 04.06.2025, 13:16
Atualizado 04.06.2025, 13:21
© Reuters. Fábrica em Viramgam, Índian07/04/2025. REUTERS/Amit Dave/File Photo

Por Julia Payne e Doina Chiacu

PARIS (Reuters) - As negociações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos estão indo na direção certa, disseram os principais negociadores comerciais dos dois lados nesta quarta-feira, embora os europeus tenham dito que o aumento das tarifas dos EUA sobre metais não ajuda nas negociações.

As novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio entraram em vigor nesta quarta-feira, no mesmo dia em que o governo do presidente Donald Trump quer que os parceiros comerciais façam suas "melhores ofertas" para evitar que outras taxas de importação entrem em vigor no início de julho.

Enquanto isso, em outro sinal de transtornos no comércio global, as preocupações com os danos causados pelas restrições da China às exportações de minerais essenciais se aprofundaram, com algumas fábricas de autopeças europeias suspendendo a produção e a montadora alemã BMW alertando que sua rede de fornecedores foi afetada pela escassez de terras raras.

Em termos de negociações tarifárias, o negociador comercial da UE, Maros Sefcovic, disse que sua reunião com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, em Paris, na manhã desta quarta-feira foi construtiva.

"Ambos concluímos que estamos avançando na direção certa, em ritmo acelerado", disse Sefcovic a repórteres após a reunião. As conversas técnicas estão em andamento em Washington, disse ele, e contatos de alto nível virão em seguida.

"O que me deixa otimista é ver o progresso... as discussões agora são muito concretas", disse Sefcovic. Ele enfatizou que ele e Greer concordaram em reestruturar o foco de suas negociações comerciais depois de terem "abordado o assunto de ângulos diferentes".

Greer disse que as negociações foram construtivas, acrescentando em uma declaração de seu escritório que eles demonstraram "uma vontade da UE de trabalhar conosco para encontrar uma maneira concreta de avançar para alcançar o comércio recíproco".

No final da terça-feira, Trump assinou um decreto que ativa a partir desta quarta-feira o aumento nas tarifas sobre aço e alumínio importados de 25% para 50%.

Separadamente, Trump disse nesta quarta que o presidente chinês, Xi Jinping, é duro e "extremamente difícil para fechar um acordo", expondo atritos depois que a Casa Branca aumentou as expectativas sobre um telefonema entre os dois líderes nesta semana.

O aumento nas tarifas de metais dos EUA entrou em vigor às 3h01 (horário de Brasília). Ele se aplica a todos os parceiros comerciais exceto o Reino Unido, o único país até agora a firmar um acordo comercial preliminar com os EUA durante uma pausa de 90 dias em uma série mais ampla de tarifas de Trump.

O aumento das tarifas abalou o mercado de ambos os metais nesta semana, especialmente o de alumínio.

Sefcovic disse que lamenta profundamente que as tarifas sobre o aço tenham sido dobradas, enfatizando que a UE tem o mesmo desafio - excesso de capacidade - que os Estados Unidos em relação ao aço, e que eles deveriam trabalhar juntos nessa questão.

"MELHOR OFERTA"

Esta quarta-feira também é a data em que a Casa Branca espera que os parceiros comerciais proponham acordos que possam ajudá-los a evitar que as pesadas tarifas "recíprocas" de Trump sobre as importações em geral entrem em vigor em cinco semanas.

As autoridades dos EUA têm conversado com vários países desde que Trump anunciou uma pausa nessas tarifas em 9 de abril, mas até agora apenas o acordo com o Reino Unido se concretizou e mesmo esse pacto é essencialmente uma estrutura preliminar para mais negociações.

Também nesta quarta-feira o primeiro-ministro britânico Keir Starmer disse que está confiante de que as tarifas dos EUA sobre o aço britânico serão reduzidas a zero dentro de "algumas semanas".

A Reuters noticiou na segunda-feira que Washington estava pedindo aos países que listassem suas melhores propostas em áreas-chave como tarifas e cotas sugeridas para produtos norte-americanos e planos para remediar quaisquer barreiras não tarifárias.

Por sua vez, a carta promete respostas "dentro de alguns dias" com uma indicação de uma "zona de pouso", incluindo as taxas tarifárias que os países podem esperar após o término da pausa de 90 dias em 8 de julho.

O que está em questão para a maioria dos parceiros comerciais é se eles manterão a taxa básica atual de 10% sobre a maioria das exportações para os EUA após essa data, ou terão algo possivelmente muito mais alto.

Uma pessoa familiarizada com as negociações disse que a UE não recebeu essa carta.

(Reportagem adicional de Victoria Waldersee em Berlim, Dominique Vidalon, Ingrid Melander e Makini Brice em Paris, Jo Mason em Londres, Alexandra Alper e Andrea Shalal em Washington, Brendan O’Boyle na Cidade do México, Ismail Shakil en Ottawa, Kiyoshi Takenaka e John Geddie em Tóquio)

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