Por Mathieu Rosemain e Foo Yun Chee
PARIS/BRUXELAS (Reuters) - O órgão Executivo da União Europeia lançará uma consulta no início do próximo ano sobre a possibilidade de gigantes de tecnologia cobrirem alguns dos custos da rede de telecomunicações da Europa, disse Thierry Breton, chefe da indústria do bloco, nesta sexta-feira.
As operadoras de telecomunicações da Europa há muito pressionam por uma contribuição financeira de empresas de tecnologia norte-americanas, como Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (BVMF:GOGL34), Facebook, da Meta (NASDAQ:META) (BVMF:M1TA34), e Netflix (NASDAQ:NFLX) (BVMF:NFLX34), com o argumento de que essas companhias usam uma grande parte do tráfego da internet.
Breton disse que essa questão em particular, a chamada "participação justa" das empresas de tecnologia dos Estados Unidos no financiamento das telecomunicações europeias e da infraestrutura de internet, fará parte de uma ampla consulta que envolverá ainda o metaverso - ambientes virtuais compartilhados que pessoas podem acessar pela internet.
O ETNO, grupo de operadoras de telecomunicações europeias, disse em um relatório em maio que mais da metade do tráfego de rede global é atribuível a seis empresas: Google, Facebook, Netflix, Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34), Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) (BVMF:MSFT34).
Essas grandes empresas de tecnologia argumentam que uma nova contribuição financeira desafiaria o conceito de "neutralidade da rede", princípio pelo qual os provedores de serviços de internet deveriam permitir o acesso a todos os conteúdos e aplicativos, independentemente de sua fonte.
Os provedores de internet, por sua vez, afirmam que essas empresas têm interesses conflitantes ao fornecer serviços competitivos, como de voz e TV, e explorar sua rede.
Breton disse que a consulta será lançada no primeiro trimestre de 2023 e levará de cinco a seis meses. As propostas da Comissão Europeia virão na sequência, afirmou ele.