Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A Vale (BVMF:VALE3) divulgou a sua produção no segundo trimestre de 2022 e os números mostraram queda nas suas operações de minério de ferro, níquel e cobre. Além disso, a companhia também revisou o seu guidance para o ano, reduzindo as suas projeções. Os dados não foram bem recebidos pelo mercado e as ações operam em queda nesta manhã.
Às 11h34, os papéis da Vale recuam 3,31%, a R$ 66,60. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,80%, a 97.462 pontos.
As vendas de minério de ferro atingiram 64,3 milhões de toneladas (Mt) no 2T22, uma avanço de 23% sobre o 1T22, mas uma queda de 2% sobre o 2T21. A venda de pelotas alcançou 8,8 Mt, alta trimestral de +26% e anual de +15,6%.
Nos metais básicos a companhia vendeu 39,3 mil toneladas (kt) de níquel, avanço de +0,8% no trimestre, mas um recuo de -17,1% no ano. Sobre o cobre, as vendas alcançaram 51,5 kt, alta trimestral de +2,4% e queda anual de -30,6%.
“A melhora de vendas sobre o 1T22 era esperada devido à sazonalidade do período, mas acreditamos que dados menores que o mesmo período do ano passado e a redução do guidance de produção de minério e cobre são negativos para a companhia”, aponta a Eleven, que destaca de forma positiva a maior produção e venda de pelotas.
No novo guidance divulgado, a Vale reduziu a produção de minério de ferro em cerca de 7% ou aproximadamente 23 Mt, para um intervalo entre 310 Mt e 320 Mt. Para o cobre a redução média alcançou 19% ou cerca de 65 kt, para uma faixa entre 270 kt e 280 kt.
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A Eleven acredita que mesmo com a revisão do guidance, a Vale terá que apresentar um forte crescimento de produção no 2S22 sobre o 1S22 para atingir suas metas. A previsão é que seria necessário ampliar a produção acima dos 25% em minério de ferro e dos 40% em cobre.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) (BVMF:GSGI34) destaca que a faixa intermediária da orientação de minério de ferro da Vale não implica em crescimento de produção em relação a 2021. O banco considera isso “decepcionante” e acredita que isso deve alimentar as preocupações dos investidores sobre a capacidade da empresa de retomar a produção para os níveis de acidentes anteriores a Brumadinho de 385 Mt.
O banco também acredita que a empresa deve apresentar um Ebitda de US$ 6,2 bilhões no 2T22, devido uma vez que as vendas mais fortes de minério de ferro são compensadas por metais básicos mais fracos e prêmios mais baixos. O Itaú BBA concorda com essa visão, mas é um pouco menos otimista e espera um Ebitda de US$ 5,95 bilhões para o 2T22.
Além disso, olhando para os próximos anos, as projeções do Goldman Sachs para a produção de minério de ferro da Vale em 2022, 2023 e 2024 caíram de 317 Mt, 354 Mt e 383 Mt para 310 Mt, 330 Mt e 350 Mt, respectivamente.
A Eleven tem indicação de compra das ações, com preço-alvo em R$ 112. Já o Goldman Sachs e o Itaú BBA têm uma indicação neutra para as ADRs negociadas nos Estados Unidos, com preços-alvos em US$ 15 e US$ 20, respectivamente.