RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (SA:VALE3) informou nesta sexta-feira que decidiu afastar de suas funções dez funcionários arrolados nas investigações sobre o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, atendendo recomendação feita por autoridades na semana anterior.
A decisão, tomada em reunião de diretoria na quinta-feira, seguiu recomendação de afastamento de 14 funcionários da companhia feita há uma semana, que teve o objetivo de evitar que comportamentos nocivos à sociedade se perpetuem.
Quatro dos nomes apontados, incluindo o presidente-executivo da Vale, Fábio Schvartsman, e o diretor-executivo de Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga, já tinham pedido afastamento no último sábado.
Também se afastaram temporariamente no último final de semana Lucio Flavio Gallon Cavalli (diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão) e Silmar Magalhães Silva (diretor de Operações do Corredor Sudeste).
Segundo a Vale, a companhia decidiu seguir toda a recomendação das autoridades, que determinou que os quatro executivo deveriam ser proibidos de acessar instalações da mineradora e não poderiam tratar de assuntos profissionais com outros empregados.
Dos dez funcionários afastados agora, cinco --três gerentes-executivos, um gerente e um geólogo-- não poderão acessar as instalações da Vale, assim como os executivos da cúpula, conforme a recomendação.
Já os outros cinco funcionários apenas serão afastados de funções e atividades na Vale relacionadas à gestão de risco e monitoramento de segurança de barragens, de acordo com o pedido das autoridades. Dessa forma, deverão ser realocados dentro da companhia.
A Vale informou apenas nesta sexta-feira que está afastando e realocando os empregados, sem dar detalhes ou nomes.
O rompimento da barragem liberou uma onda de rejeitos de minério de ferro que soterrou instalações da Vale, vegetação e rios da região. A tragédia fez mais de 300 vítimas fatais.
(Por Marta Nogueira)