Investing.com - As ações da Vale (SA:VALE3) caem 0,66% a R$ 48,22 às 11h07, após iniciar o pregão com valorização de 0,37%. A mineradora registrou prejuízo líquido de US$ 1,64 bilhão no primeiro trimestre, contra lucro de 1,59 bilhão de dólares no mesmo período de 2018, com impactos do desastre de Brumadinho, que provocou ainda seu primeiro Ebitda ajustado negativo de sua história.
Maior produtora global de minério de ferro, a empresa teve um resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado negativo em 652 milhões de dólares nos três primeiros meses do ano, contra 3,93 bilhões de dólares positivo no primeiro trimestre do ano passado.
O impacto financeiro da ruptura da barragem de Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, foi de 4,954 bilhões de dólares, de acordo com a empresa, devido a provisões, volumes perdidos, despesas de paradas, dentre outros.
Excluindo o impacto financeiro do Ebitda, o lucro líquido pró-forma da companhia teria atingido 3,312 bilhões de dólares no primeiro trimestre, sendo 500 milhões abaixo do quarto trimestre de 2018, devido, principalmente, a menores volumes de venda. Teria mais que dobrado na comparação anual, com preços do minério de ferro mais altos.
A Mirae Asset destaca que a companhia foi fortemente impactada por Brumadinho, mas chama a atenção que novos desdobramentos e processos irão surgir ao longo do tempo. Um ponto de atenção é o novo nível de endividamento da mineradora, que passou de US$ 10 bilhões em dezembro/18 para US$ 12 bilhões em março/19.
Essa evolução foi decorrente dos efeitos de variação cambial e captações realizadas para suportar necessidade de capital de giro, visto que valores financeiros foram congelados para garantir o pagamento de processos em andamento.
A recomendação segue de Compra para as ações ON da Vale, deixando claro que os efeitos do acidente irão contaminar a linha final de seu DRE no ano, mas o resultado operacional ainda virá muito forte.