🥇 Primeira regra do investimento? Saiba economizar! Até 55% de desconto no InvestingPro antes da BLACK FRIDAYGARANTA JÁ SUA OFERTA

Venda de cimento pode fechar ano em queda após desempenho fraco no 1º tri, vê Snic

Publicado 11.04.2023, 09:00
Atualizado 11.04.2023, 10:21
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) - Os fabricantes de cimento passaram a trabalhar com uma probabilidade de queda nas vendas em 2023, contra previsão de ligeira alta divulgada no início do ano, após um primeiro trimestre com declínio de cerca de 1% no volume comercializado sobre o já fraco desempenho dos três primeiros meses de 2022.

O setor começou este ano com projeção de crescimento de 0,8% nas vendas, depois que a comercialização do material em 2022 recuou mais que o esperado, caindo 2,8%, segundo dados do sindicato de fabricantes do material, Snic.

De janeiro a março, porém, as vendas de cimento no Brasil somaram 14,7 milhões de toneladas, queda de 0,8% sobre o desempenho de um ano antes, quando a comercialização do produto já havia amargado queda de 2,4% sobre o ano anterior. Por dia útil, as vendas do trimestre passado recuaram 2,3% na comparação anual.

Considerando março apenas, as vendas de cimento caíram 2,1% sobre um ano antes, a 5,4 milhões de toneladas.

"A visão para 2023 era andar de lado...mas pelo que estamos vendo até agora, estamos apostando em uma neutralidade ou um caminho negativo", disse o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna. "Para esse ano, as coisas começaram a ganhar uma velocidade menor do que a esperada", acrescentou.

O desempenho fraco do trimestre passado já era esperado pela entidade diante do forte período de chuvas em várias regiões do país, o que afetou obras em andamento. Questionado sobre o segundo trimestre, Penna afirmou que as vendas de abril não estão inspirando "nenhuma razão objetiva" para se esperar um desempenho "muito melhor".

A razão está na série de instabilidades vistas pelo setor, além do próprio "brutal" regime de chuvas que atingiu o país no início do ano, fatores que incluem não apenas a manutenção da Selic em patamar de 13,75% ao ano como queda de financiamentos imobiliários e desaceleração de novos empreendimentos.

A expectativa do Snic para o ano só não é mais negativa em razão de uma esperada melhora no consumo de cimento a partir do segundo semestre, diante da sazonalidade do período de estiagem no país e expectativa de andamento de novos projetos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, afirmou Penna.

Segundo a entidade, a indústria de cimento projeta um crescimento de consumo de pelo menos 8 milhões de toneladas de cimento até 2026 com a retomada do Minha Casa Minha Vida. O volume pode crescer para até 12 milhões de toneladas se as obras utilizarem paredes de concreto em vez de blocos de alvenaria.

Para o presidente do Snic, contudo, a avaliação do governo de conseguir viabilizar 2 milhões de unidades habitacionais em quatro anos soa otimista demais, com alguns pontos da retomada da faixa 1, para famílias de mais baixa renda, ainda precisando de definição.

Já o setor de saneamento, que com a aprovação do marco legal em 2020 era um dos maiores motivos de esperança de aumento no consumo de cimento do país nos próximos anos, passou a ser dúvida após decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada que modificaram pontos importantes da legislação.

"Insegurança jurídica em setor que é intensivo em capital é sempre muito negativo", disse Penna.

© Reuters. Canteiro de obras no Equador
10/02/2023
REUTERS/Karen Toro

O presidente do Snic afirmou ainda que, enquanto as vendas de cimento mostraram queda no primeiro trimestre, os custos do setor seguiram tendência de alta, com itens como sacaria avançando 25% no primeiro trimestre, refratários 17% e gesso 5,8% na comparação com o mesmo período de 2022.

Questionado sobre se o setor tem conseguido repassar os aumentos de custos aos preços, Penna afirmou que o cimento brasileiro "é o mais barato das Américas, a 59 dólares a tonelada" em dezembro passado. Segundo ele, no mesmo período o material era vendido no México a 85 dólares a tonelada, na Colômbia a 88 dólares, na Argentina a 113 dólares e nos Estados Unidos a 140 dólares.

No primeiro trimestre, todas as regiões do país mostraram quedas de vendas de cimento, com exceção do Nordeste, onde houve crescimento de 1,4%, a 3,1 milhões de toneladas. O Sudeste teve queda de 0,9%, Sul recuou 1,7%, Centro-Oeste apurou baixa de 3,6% e o Norte viu redução de 0,3% segundo os dados do Snic.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.