Por Jan Schwartz e Edward Taylor
FRANKFURT (Reuters) - A Volkswagen (DE:VOWG), maior montadora de veículos do mundo em vendas, sinalizou uma crise de liderança nesta terça-feira depois que o presidente-executivo, Herbert Diess, forçou um voto de confiança em seus planos de reestruturação da empresa ao pedir antecipadamente uma prorrogação de seu contrato.
A companhia convocou seu conselho executivo para debater a exigência de Diess, feita muito tempo antes do fim do contrato em 2023, disseram três fontes à Reuters na segunda-feira.
O presidente do conselho de administração da Volkswagen, Hans Dieter Poetsch, quer evitar um confronto entre líderes sindicais e Diess ao adiar discussões sobre uma prorrogação no contrato do executivo, disse uma das fontes.
Diess, que saiu da MBW (DE:BMWG) em 2015 e ajudou a Volkswagen a se reestruturar depois do escândalo das fraudes promovidas pela empresa em testes de emissão de poluentes de motores diesel, tem mostrado frustração com as ações de líderes sindicais que têm bloqueado cortes de custos no grupo.
O conselho de administração da Volkswagen, que inclui Wolfgang Porsche e Hans Michel Piech, membros das famílias controladoras da Volkswagen, bem como pelo chefe sindical Bernd Osterloh, deve se reunir nesta terça-feira, disseram as fontes.
Representantes da Volkswagen não comentaram o assunto.
A Volkswagen é avaliada em 77,2 bilhões de euros (92,4 bilhões de dólares), bem menos que a Toyota (T:7203) (155,7 bilhões de dólares) e a Tesla (NASDAQ:TSLA); (SA:TSLA34) (555 bilhões). Isso apesar do fato da Volkswagen ter vendido 10,96 milhões de veículos no mundo no ano passado, enquanto a Toyota ficou em segundo com 10,74 milhões. A Tesla vendeu apenas 367,5 mil carros no período.
Analistas afirmam que isso ocorre porque a Volkswagen é menos eficiente e tem custos mais altos. O grupo Volkswagen tinha 671.205 funcionários no final de 2019, ante 359.542 da Toyota e 48.016 da Tesla.