Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa perdia o fôlego nesta quinta-feira e mostrava declínio marginal, contaminado pelas perdas em Wall Street, enquanto blue chips forneciam algum suporte, tendo de pano de fundo mais estímulos na zona do euro e a alta dos preços de commodities como petróleo e minério de ferro.
Às 11:28, o Ibovespa caía 0,1 %, a 112.891,55 pontos. O volume financeiro era de 9,2 bilhões de reais.
No exterior, o Banco Central Europeu afrouxou a política monetária mais uma vez nesta quinta-feira para ajudar a economia da zona do euro a enfrentar a segunda onda da pandemia de Covid-19, reforçando o ambiente de ampla liquidez global que tem beneficiado ativos de risco.
A fraqueza em Nova York, porém, diante da alta acima do esperado dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, enquanto as negociações para um novo pacote de ajuda econômica naquele país seguem arrastadas, abria espaço para realização de lucros na bolsa paulista.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve na quarta-feira a Selic na mínima histórica de 2% ao ano e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não elevar os juros básicos podem em breve não estar mais satisfeitas.
Análise técnica da equipe do Safra afirma que o Ibovespa iniciou um movimento de correção e se aproximou do primeiro suporte em 112.100 pontos. "Se perder este, o Ibovespa entrará em zona de indefinição no curto prazo e encontrará o próximo suporte em 110.600 pontos."
DESTAQUES
- CSN ON (SA:CSNA3) subia 4,84%, na esteira da alta dos preços do minério na China e projeção pela empresa de Ebitda de 11,2 bilhões de reais em 2020 e alavancagem financeira medida por dívida líquida/Ebitda ajustado abaixo de 2,5 vezes neste ano e abaixo de 2 vezes no final de 2021. A companhia reúne-se com analistas e investidores nesta quinta-feira. Na máxima, a ação renovou recorde intradia a 27,68 reais. No setor, VALE ON (SA:VALE3) avançava 1,39%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) valorizava-se 1,52%, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent subindo 2,07%.
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) e BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançavam 1,93% e 2,25%, respectivamente, dando continuidade à recuperação recente e assegurando o sinal positivo do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) também no azul, enquanto BTG PACTUAL (SA:BPAC11) UNIT cedia 1,49%.
- MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) perdia 3,04%, com o setor de comércio eletrônico mais uma vez na ponta negativa, em meio a ajustes após forte ganhos desde o começo da pandemia de Covid-19. B2W ON (SA:BTOW3) mostrava queda de 2,65% e VIA VAREJO ON (SA:VVAR3) caía 2,5%.
- NATURA&CO ON perdia 3,58%, com o setor de consumo de modo geral no vermelho, após sinalização do Banco Central de que o compromisso de não subir os juros pode cair em breve.
- CIA HERING ON recuava 3,08% e LOJAS RENNER ON (SA:LREN3) perdia 3,05%, também entre os destaques de baixa. A equipe da XP Investimentos retomou a cobertura de Lojas Renner com recomendação 'neutra' e preço-alvo 53 reais, de acordo com relatório a clientes, em que os analistas citam estar construtivos com o setor de vestuário e joias, avaliando que será um dos principais beneficiários da recuperação econômica em 2021, assim como veem espaço para consolidação.
- REDE D'OR SÃO LUIZ ON, que não está no Ibovespa, disparava 9,12%, em sua estreia na B3 (SA:B3SA3) nesta quinta-feira, após o grupo de hospitais precificar sua oferta inicial de ações a 57,92 reais por papel, movimentando 11,39 bilhões de reais, no maior IPO de uma companhia brasileira desde 2013. Na máxima até o momento, o papel chegou a 65,92 reais.