SÃO PAULO (Reuters) -A fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg (BVMF:WEGE3) vai elevar sua capacidade de produção em Santa Catarina em até 25% nos próximos anos com a construção de uma nova fábrica no complexo industrial em Jaraguá do Sul (SC). A unidade terá como um dos focos o atendimento de montadoras de veículos elétricos no Brasil.
A nova instalação produzirá para caminhões, ônibus e vans de entregas. A empresa tem feito parcerias na área, fornecendo componentes para o caminhão elétrico e-Delivery montado pela Volkswagen (ETR:VOWG) Caminhões e Ônibus em Resende (RJ).
"A Weg está trabalhando no desenvolvimento de outros clientes e outras soluções para caminhões, ônibus e veículos comerciais leves", afirmou a empresa à Reuters.
Atualmente a Weg tem capacidade instalada de motores de tração para veículos elétricos de 1.200 unidades por ano.
A companhia afirmou que sua capacidade de produção será ampliada com adição de 500 mil motores por ano até 2025, quando a empresa concluirá a expansão de suas unidades fabris.
A companhia não fez estimativas sobre o mercado brasileiro de veículos elétricos.
Segundo a associação de montadoras Anfavea, apesar do segmento ainda ser pequeno em relação aos modelos movidos a combustíveis fósseis, tem havido crescimento nos últimos meses. A fatia de caminhões e ônibus elétricos no acumulado de vendas de novos no país de janeiro ao fim de agosto deste ano foi de 0,5% - 504 unidades - ante 0,2% - 313 unidades - em todo 2021.
INVESTIMENTO
A Weg prevê investir na nova fábrica 660 milhões de reais nos próximos três anos. A expectativa é concluir a nova unidade no primeiro trimestre de 2024.
"Além da ampliação dos prédios de fabricação de componentes e de logística de exportação, também será construída uma nova fábrica dedicada a motores industriais e principalmente motores para atender o segmento de mobilidade elétrica", afirmou a Weg.
A empresa afirmou que a construção será modular, para permitir aumento gradual da capacidade de produção conforme o crescimento do mercado nos próximos anos.
Analistas do Itaú BBA consideraram o anúncio da Weg como "positivo", entendendo que reforça a avaliação de crescimento da empresa no médio e longo prazos.
"Nosso modelo precifica 20% de crescimento em equipamentos industriais eletroeletrônicos em 2022, 13% em 2023 e 12% depois disso. Instalações domésticas vão atender clientes locais e também gerar receitas com exportações", afirmaram os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano.
As ações da Weg caíram 1,5% nesta terça-feira, enquanto o Ibovespa recuou 0,68%.
(Por Alberto Alerigi Jr.; edição Aluísio Alves)