Investing.com - Depois de registrar um crescimento de 34,3% e fechar na máxima, o Índice Brasil 100 tem potencial para seguir crescendo nos próximos anos. Essa é a visão da Western Asset em relatório enviado a clientes. Os analistas projetam um crescimento de lucros de 13% ao ano nos próximos dois anos. Portanto, se o P/L da bolsa permanecer no atual patamar de 14x, eles esperam valorização de 15% para o Ibovespa em 2020. Considerando o fechamento do dia 30 de dezembro, representa um salto para 132 mil pontos.
O documento destaca que com a taxa de juros nas mínimas históricas e a retomada mais clara do crescimento econômico, esta perspectiva parece até conservadora. O texto pontua que o ano de 2019 marcou o 4º ano consecutivo de alta da bolsa. A última vez que isso aconteceu foi no quinquênio 2003-2007.
Câmbio
A gestora avalia que depois da grande desvalorização de quase 15% em relação ao dólar em 2018, em 2019 o Real apresentou um comportamento um pouco mais previsível, com uma desvalorização de 4,4%. A equipe destaca que foram dois momentos do câmbio no ano: até julho, o câmbio médio foi de R$ 3,85, enquanto, a partir de agosto, o preço da moeda norte-americana subiu para uma média de R$ 4,10 até o final do ano. Eles entendem que esse deslocamento não tem uma explicação definitiva, podendo ser devido à deterioração da conta corrente, que saiu de um déficit de 2,3% em maio para 3,0% em outubro.
Apesar disso, os analistas não estão preocupados com esta piora das contas externas, pois são facilmente financiáveis com o Investimento Estrangeiro Direto. Além disso, como as taxas de juros no mundo desenvolvido devem permanecer nos atuais patamares, o diferencial de juros não deve se alterar. Deste modo, a Western projeta estabilidade da taxa de câmbio para o fechamento de 2020 em relação ao fechamento de 2019.
Renda Fixa
A gestora destaca que o ano que passou será lembrado pelo espetacular rali das taxas de juros, principalmente na segunda metade do ano, em função das constantes surpresas para baixo da inflação e o consequente reinício do ciclo de cortes de juros, que levou a Selic a encerrar o ano em seu patamar mais baixo da história, 4,50%. Apenas para se ter uma ideia da surpresa, o mercado esperava, no final de 2018, uma Selic de 7,00% para o final de 2019.
Agora, para 2020, a Western avalia que ainda há espaço para ganhos em posições prefixadas mais longas, na medida em que o BC deverá manter a taxa Selic inalterada ao longo de 2020. Obviamente, estes ganhos tendem a ser menores do que aqueles obtidos em 2019, mas ainda assim deverão compensar o risco.