HONG KONG (Reuters) - Baidu (NASDAQ:BIDU) e JD.com vão se juntar a outras grandes empresas de tecnologia chinesas para investir conjuntamente cerca de 12 bilhões de dólares na unidade listada na bolsa de Xaigai da China Unicom, a mais fraca de três grandes empresas estatais chinesas de telecomunicações, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto.
O movimento faz parte do impulso do governo chinês para rejuvenescer as gigantes estatais com capital privado. Pequim colocou a China Unicom no ano passado no primeiro lote de empresas estatais que devem mudar para ter propriedade mista.
A China Unicom, formalmente conhecida como China United Network Communications Group, é uma das maiores operadoras de telefonia móvel do mundo por número de usuários, mas seus ganhos recentes têm sofrido em um mercado ferozmente competitivo.
A operadora é amplamente vista como ineficiente, lenta para desenvolver tecnologias-chave e com um número de empregados exagerado. A empresa já está atrás das estatais China Mobile e a China Telecom, e as empresas privadas avançaram no desenvolvimento de serviços em nuvem, de big data, e software móvel.
Em junho, a Reuters noticiou que o Alibaba Group Holdings e a Tencent Holdings estavam entre os novos investidores colocando um total de cerca de 10 bilhões de dólares na China United Network Communications, unidade chinesa da Unicom listada em Xangai.
Esse total provavelmente aumentará para cerca de 80 bilhões de iuanes (11,8 bilhões de dólares), com o Baidu, maior provedor de buscas na internet da China, investindo cerca de 10 bilhões de iuanes (1,48 bilhão de dólares) e a JD.com, segunda maior empresa de comércio eletrônico do país, colocando quase 5 bilhões de iuanes, disse uma das fontes.
A unidade da China Unicom provavelmente receberá 15 bilhões de iuanes da Tencent e 7 bilhões de iuanes do Alibaba, enquanto a China Life Investment Holding seria o maior investidor novo, com um compromisso de 20 bilhões de iuanes, acrescentou a fonte.
Ao todo, este seria o maior aumento de capital na região da Ásia-Pacífico desde a oferta pública inicial da empresa seguradora AIA, em 2010, de acordo com dados da Thomson Reuters.
A maior parte do capital será levantado por meio da emissão de novas ações, mas a China Unicom também deve vender parte de sua participação na unidade listada na bolsa de Xangai, disseram as duas pessoas.
Ambas as fontes informaram que a união com grandes empresas de tecnologia chinesas, particularmente Tencent e Alibaba, ajudaria a reviver a China Unicom, reduzindo o custo de atrair novos usuários e deslocando o foco dos serviços tradicionais de telecomunicações para os serviços de informações digitais.
A venda de ações também vem em um momento em que Pequim está fazendo um esforço para construir a maior rede móvel de quinta geração (5G) do mundo.
O novo capital deve dar poder de fogo para que a China Unicom aumente seus gastos com 5G.
(Por Julie Zhu em Hong Kong, com reportagem adicional de Cate Cadell em Pequim e Sijia Jiang em Hong Kong)