Por Tom Wilson e Eric Auchard
LONDRES (Reuters) - O maior grupo varejista da Europa, Carrefour (SA:CRFB3), adotou a tecnologia blockchain para rastrear e monitorar frango, ovos e tomates enquanto os produtos são transportados de fazendas para lojas, e implantará o sistema em todas as linhas de produtos frescos nos próximos anos.
O gigante francês de varejo disse que o sistema foi desenvolvido pela IBM (NYSE:IBM), que está trabalhando com outros varejistas e empresas de logística e produtores para a implantação da tecnologia.
O IBM Food Trust permite que a indústria acompanhe e compartilhe informações sobre como os produtos são cultivados, processados e transportados. A tecnologia reduz o tempo de verificação de proveniência da comida de dias ou semanas para segundos, disse a IBM.
O secretário-geral do Carrefour, Laurent Vallee, disse que o grupo ampliará o uso do sistema sobre 300 produtos frescos em todo o mundo até 2022, assegurando uma cadeia de suprimentos segura e permitindo que os clientes confiem nos alimentos que vende.
"O principal para nós, como Carrefour, é poder dizer, quando há uma crise, que temos a tecnologia blockchain, para que possamos rastrear e contar a história dos produtos", disse ele à Reuters.
Surtos de salmonela ligados a ovos e aves são um grande desafio para a indústria alimentícia. Quase 207 milhões de ovos de uma fazenda possivelmente contaminada com a bactéria no Estado norte-americano da Carolina do Norte foram recolhidos em abril. Enquanto isso, o número de casos de envenenamento por salmonela na União Europeia está aumentando.
As empresas globais pagarão cerca de 212 mil dólares por ano pelo uso total do Food Trust, que agora está disponível em todo o mundo, disse a IBM.
Ainda assim, a adoção em massa da tecnologia pode enfrentar obstáculos, disse Simon Ellis, da empresa de pesquisa de mercado IDC. "Os esforços para convencer os produtores a participar não serão poucos", disse ele.
No ano passado, 10 empresas de varejo e de alimentos, incluindo Nestlé, Unilever (LON:ULVR) e Tyson Foods aderiram ao projeto da IBM.
(Por Tom Wilson e Eric Auchard)