(Reuters) - Os massivos cortes de empregos da Amazon (NASDAQ:AMZN), uma das maiores empregadoras dos Estados Unidos, mostram que a onda de demissões que varre o setor de tecnologia pode se estender, à medida que as empresas correm para reduzir custos, disseram analistas nesta quinta-feira.
O presidente-executivo da companhia, Andy Jassy, disse em comunicado que as demissões na Amazon vão subir para mais de 18 mil como parte de uma redução da força de trabalho.
Empresas de tecnologia demitiram mais de 150 mil empregados em 2022, de acordo com o site de rastreamento Layoffs.fyi, uma vez que o boom de demanda visto durante a pandemia se transforma em colapso.
"Mais demissões certamente são possíveis... dada a escala de investimento que vimos em 2020-21, provavelmente pensaríamos que algum grau de cautela pode ser apropriado", disse Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell.
Saindo da pandemia, os cortes de empregos em 2022 aumentaram 649% em relação a 2021, liderados por empresas de tecnologia, de acordo com a empresa de coaching Challenger, Gray & Christmas.
A queda na demanda em meio a um forte aumento nos custos de empréstimos levou vários executivos do setor a admitir que contrataram em excesso durante a crise da Covid-19.
A Meta demitiu 11 mil pessoas no ano passado e o presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, disse que previu erroneamente que o boom da pandemia continuaria.
As gigantes da tecnologia Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), dona do Google, já sugeriram cortes de custos, incluindo demissões.
O principal chefe da Salesforce, Marc Benioff, disse na quarta-feira que a empresa de software empresarial contratou "pessoas demais", ao anunciar planos de cortar 10% dos empregos.
Para a Amazon, o crescimento em sua unidade de nuvem, que traz a maior parte de seu lucro, desacelerou à medida que as empresas cortam gastos, enquanto sua unidade de comércio eletrônico está sofrendo com os orçamentos apertados do consumidor devido ao aumento dos preços.
A crise trouxe de volta memórias da bolha 'pontocom' no início do século e da crise financeira de 2008, quando dezenas de milhares de pessoas perderam empregos.
"Alguns de nós se lembrarão de 2000 a 2003 depois de uma enorme bolha alimentada por dinheiro barato, altas expectativas dos investidores e dinheiro abundante", disse Mould. "Será muito interessante ver se haverá uma repetição".
(Por Nivedita Balu, Yuvraj Malik e Bansari Mayur Kamdar)