Por Karen Freifeld
VANCOUVER (Reuters) - Os advogados da vice-presidente financeira da Huawei, Meng Wanzhou, estarão em um tribunal canadense nesta segunda-feira para pressionar por detalhes sobre sua prisão no aeroporto de Vancouver há quase 10 meses.
Meng, 47, foi detida em 1 de dezembro, a pedido dos Estados Unidos, onde é acusada de fraude bancária e de enganar o HSBC Holdings (LON:HSBA) sobre os negócios da Huawei no Irã. Meng, que é esperada em tribunal, disse que é inocente e está lutando contra a extradição.
A prisão prejudicou as relações da China com os Estados Unidos e o Canadá.
Na audiência desta segunda-feira, diante da juíza Heather Holmes, da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, a equipe de defesa de Meng solicitará mais informações sobre sua detenção no aeroporto, incluindo contatos entre autoridades norte-americanas e canadenses.
Os advogados de Meng argumentam que ela foi detida ilegalmente, revistada e interrogada por mais de três horas depois de desembarcar de um voo de Hong Kong. Sob a justificativa de uma verificação de imigração, afirma a defesa, as autoridades canadenses atrasaram sua prisão e coletaram evidências para as autoridades norte-americanas.
Os processos de extradição contra Meng devem ser interrompidos se os funcionários abusarem do processo, dizem os advogados. Além de acusações de má conduta relacionadas à sua detenção, eles argumentam que os Estados Unidos estão usando Meng para obter ganhos econômicos e políticos, observando que após sua prisão, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que iria intervir se isso ajudasse a fechar um acordo comercial.
A polícia e os oficiais de fronteira do Canadá, em resposta a uma ação civil que Meng registrou no início deste ano, disseram que agiram "de forma legal e de boa fé".
Meng, filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei, passou 10 dias na prisão em dezembro, mas foi libertada sob fiança de 7,5 milhões de dólares e está morando em uma de suas duas casas multimilionárias em Vancouver. Ela é obrigada a usar uma tornozeleira eletrônica e pagar por guardas de segurança.