SAN FRANCISCO/ WASHINGTON (Reuters) - Entre os principais empregadores de tecnologia do Vale (SA:VALE5) do Silício, o Facebook poderia ser a empresa mais vulnerável à esperada repressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos vistos de trabalho temporário, de acordo com uma análise da Reuters de documentos do Departamento de Trabalho dos EUA.
Mais de 15 por cento dos funcionários do Facebook em 2016 usaram visto de trabalho temporário, dando ao líder de mídia social uma classificação legal como uma empresa H-1B "dependente". Essa é uma proporção maior do que o da Google da Alphabet, da Apple, da Amazon.com ou Microsoft.
Isso poderia causar problemas para o Facebook se Trump ou o Congresso decidirem tornar o programa H-1B mais restritivo, como o presidente e alguns parlamentares republicanos ameaçaram fazer.
Tanto Trump como o procurador-geral nomeado, senador Jeff Session, se opuseram ao programa na sua forma atual. Eles também indicaram que estão abertos a reformulá-lo para "garantir que os beneficiários do programa sejam os melhores e os mais brilhantes", de acordo com um projeto de decreto presidencial visto pela Reuters. A Reuters não pôde confirmar imediatamente a autenticidade do rascunho.
A administração Trump não propôs nenhuma nova regulamentação que mirando empresas com a classificação H-1B "dependente". Mas o fato de que, entre as principais empresas de tecnologia, o Facebook sozinho se encaixa nessa categoria sugere que é o mais exposto na indústria a quaisquer mudanças na política de vistos H-1B.
O Facebook se recusou a comentar sobre o assunto.
Representantes da administração de Trump não puderam ser contatados imediatamente para comentar. O secretário de Imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, disse na segunda-feira que Trump miraria os vistos H-1B como parte de um esforço maior de reforma de imigração por meio de decretos e ação do Congresso, mas não deu detalhes.
Os vistos H-1B são destinados a estrangeiros em profissões "especializadas" que geralmente requerem educação superior, o que, de acordo com os Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) inclui, mas não se limita a cientistas, engenheiros ou programadores de computador. O governo concede 85.000 a cada ano, principalmente através de um sistema de loteria.
(Reportagem de Stephen Nellis em San Francisco e Mica Rosenberg em Nova York, com reportagem adiiconal de Andy Sullivan em Washington, D.C.)