LONDRES (Reuters) - As principais empresas de tecnologia médica do mundo estão se voltando para robôs para ajudar nas complexas cirurgias de joelho, prometendo procedimentos mais rápidos e resultados melhores em operações que frequentemente deixam os pacientes insatisfeitos.
A demanda por articulações artificiais está crescendo rapidamente, com geração do pós-Segunda Guerra sofrendo com o desgaste de joelhos e quadris, mas nos últimos 15 anos as empresas não conseguiram atingir um avanço tecnológico que permita conquistar uma parcela significativa do mercado.
A Stryker, sediada nos EUA, e a britânica Smith & Nephew (LON:SN) acreditam que isto está prestes a mudar, com os robôs se apresentando como um avanço.
Os robôs devem significar menos trauma para os pacientes e recuperações mais rápidas, embora ainda precisem ser testados em estudos clínicos definitivos.
Fares Haddad, um cirurgião consultor nos hospitais da University College de Londres, é um dos primeiros no Reino Unido a utilizar os novos robôs e tem ficado impressionado. No entanto, ele concorda que os planos de saúde precisam de dados conclusivos para provar que eles valem o investimento, que pode ser de até 1 milhão de dólares para cada robô.
"A principal razão para usar um sistema robótico é melhorar a precisão e ser capaz de atingir muito precisamente um alvo que varia de paciente para paciente", ele disse. "Isso é particularmente útil nos joelhos porque eles são mais problemáticos (que os quadris) e há muitos pacientes que não estão tão satisfeitos quanto gostariam com suas próteses de joelho".
As empresas ortopédicas esperam seguir o exemplo de sucesso da Intuitive Surgical, uma pioneira das cirurgias robóticas em hospitais, e que agora tem mais de 4 mil de suas máquinas 'da Vinci' instaladas ao redor do mundo para procedimentos como remoção de próstata, reparo de hérnias e histerectomias.
A Stryker está liderando a corrida com seu braço robótico Mako, uma plataforma que adquiriu por 1,65 bilhão de dólares em 2013 e que é pioneira em cirurgias totais de joelhos assistidas por robôs, ao determinar o melhor posicionamento e ajudar com o corte do osso.
Mas a empresa enfrenta competição de rivais menores como a Smith & Nephew, que lançou na semana passada um produto chamado Navio para substituições completas do joelho nos Estados Unidos. O grupo britânico comprou a empresa por trás do Navio por 275 milhões de dólares em 2016.
Isto desencadeou uma disputa fervorosa, já que ambas as empresas podem agora fazer substituições totais do joelho, que representam a vasta maioria dos procedimentos de joelho.
Mako, que usa apenas articulações e implantes da Stryker, custa cerca de 1 milhão de dólares para ser instalado, enquanto o Navio, que não tem tantas ferramentas e não opera exclusivamente com produtos da Smith & Nephew, sai por menos da metade do preço.
Ambas as empresas acreditam que seus robôs as ajudarão a capturar uma parcela maior do mercado ortopédico que foi divido entre quatro grandes grupos por mais de uma década.
(Por Paul Sandle e Ben Hirschler)