MOSCOU (Reuters) - O governo russo poderá ganhar poderes para restringir o acesso de sua população às redes sociais de empresas dos Estados Unidos se elas "discriminarem" a mídia russa e poderá aplicar multas pesadas sobre plataformas que não apagarem conteúdo proibido.
Os novos poderes estão previstos em legislações aprovadas nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados do país.
Os autores dos projetos legislativos afirmaram que infrações de YouTube e Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) demonstraram a necessidade das novas regras, que são parte de um esforço para aumentar a "soberania" da Rússia sobre a internet.
A primeira legislação permitirá ao governo restringir ou bloquear totalmente o acesso a sites que receberem reclamações de veículos russos de mídia sobre suposta discriminação por parte de Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34), Facebook ou Youtube.
O Twitter começou em agosto a identificar as contas de vários veículos russos de mídia como "mídia afiliada ao governo", junto com as contas de seus integrantes de alto escalão e de algumas autoridades de governo, em uma decisão que foi criticada pela Rússia na época.
A segunda legislação permitirá ao governo russo multar provedores de internet e sites entre 10% e 20% de seu faturamento por insistirem em não remover conteúdo proibido de suas plataformas.
As duas regras ainda precisam de aprovação do Senado russo e serem sancionadas pelo presidente Vladimir Putin.
Representantes de Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34), Twitter e Facebook não comentaram o assunto.
(Por Nadezhda Tsydenova)