Por Geoffrey Smith
Investing.com – A Tesla (NASDAQ:TSLA) deve confirmar nesta quarta-feira a construção de uma linha de montagem no México, após o presidente do país, Andrés Manuel López Obrador, aparentemente ceder em relação às suas objeções aos planos da fabricante de veículos elétricos.
Em uma coletiva de imprensa na terça-feira (28), Obrador afirmou que “a empresa Tesla está chegando”, sem fornecer muitos detalhes. A expectativa é que mais informações sejam fornecidas durante o Dia do Investidor da Tesla nesta quarta-feira.
O investimento deve ser o maior já feito no México com base na Lei de Redução da Inflação aprovada pelo governo Biden, que também tornou o país latino-americano elegível para subsídios dos EUA. O investimento estimado de US$ 5 bilhões superará os US$ 900 milhões anunciados pela BMW (ETR:BMWG) no mês passado para uma nova fábrica de veículos elétricos em San Luis Potosi.
A unidade estará localizada em Monterrey, no norte do México, a cerca de 600 km das instalações da Tesla em Austin. Assim, o CEO Elon Musk poderia, em tese, viajar até a nova fábrica em um Model S da companhia sem precisar recarregar o veículo.
AMLO, como é conhecido o presidente de esquerda do México, já havia tentado persuadir a Tesla a construir a fábrica em uma das províncias mais pobres ao sul do país, com o objetivo de reduzir os desequilíbrios regionais que estimulam os elevados índices de migração tanto internos quanto para os EUA.
As autoridades mexicanas também demonstraram preocupação com a escassez de água na região, em vista das necessidades hídricas da Tesla. O aumento populacional de Monterrey elevou o consumo de água em 40% na última década.
AMLO declarou que a Tesla prometeu usar água reciclada na fábrica.
O mandatário disse também que a fábrica não incluirá a produção de baterias, pelo menos na primeira fase. A Tesla indicou que reduzirá os investimentos na produção interna de baterias, em razão da disparada dos preços dos insumos.
Musk afirmou no ano passado que a empresa precisará de uma dúzia de fábricas para atingir sua meta de produção de 20 milhões de veículos elétricos por ano até 2030.
As ações da companhia mais do que dobraram de valor em relação às mínimas de janeiro, com os investidores deixando de lado as preocupações com uma série de cortes de preços no final do ano passado. Nos níveis atuais, o papel custa menos da metade do que valia no pico de 2021, mas ainda está quatro vezes mais caro do que antes da pandemia.