PEQUIM (Reuters) - A fabricante de smartphones chinesa Xiaomi (HK:1810) disse nesta sexta-feira que vai remodelar seus negócios e criar novas posições de liderança visando a criação de um segundo escalão abaixo do presidente-executivo Lei Jun, em meio ao aumento do escrutínio em governança e das sucessões em empresas de tecnologia chinesas.
A empresa criará dois novos departamentos para assessorar Lei sobre estratégia e supervisionar contratações, promoções e pagamentos, disse o presidente-executivo em um memorando enviado na quinta-feira para a equipe e compartilhado com a imprensa nesta sexta-feira.
Ele também reorganizará suas quatro principais unidades em dez para promover gerentes mais jovens, disse Lei, acrescentando que a maioria da liderança recém-nomeada pertence à geração pós-1980.
"Nossa equipe de gerenciamento sênior implementou várias mudanças que... proporcionarão oportunidades para jovens talentos", disse Lei, 48 anos.
As mudanças surgem menos de uma semana depois que Jack Ma, um dos empresários mais conhecidos da China, disse que renunciaria à presidência do conselho do Alibaba em um ano e entregaria o cargo ao presidente-executivo Daniel Zheng, ressaltando a necessidade de um planejamento sustentável de sucessão.
Outra gigante de tecnologia chinesa, a JD.com, foi recentemente investigada depois que o presidente-executivo Richard Liu - que detém 80 por cento dos direitos de voto da empresa - foi preso nos Estados Unidos por suspeita de estupro antes de ser liberado. A diretoria da JD é essencialmente incapaz de tomar decisões sem a presença de Liu, de acordo com as normas da empresa.
Liu, através de seus advogados, negou qualquer irregularidade, e a investigação segue em andamento.
A Xiaomi listou suas ações em Hong Kong em junho, em uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que avaliou a empresa em cerca de 52 bilhões de dólares.
A empresa passou por uma mudança estratégica em 2016, depois que as vendas caíram drasticamente, forçando-a a sair de vários mercados no exterior. Desde então, concentrou-se em vendas off-line e agora gera aproximadamente um terço de sua receita fora da China.
(Por Cate Cadell)