Por Chris Arsenault
ROMA (Thomson Reuters Foundation) - A América Latina e o Caribe compõem a única região a caminho de cumprir o objetivo da Cúpula Mundial da Alimentação de 2009, de reduzir pela metade até 2015 o número de pessoas que passam fome, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU).
A quantidade de famintos na região caiu para 37 milhões, ante 68,5 milhões, em meros 20 anos, afirmou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) em seu relatório "Panorama da Alimentação e da Segurança Nutricional 2014" nesta quarta-feira.
A região precisa alimentar 2,75 milhões de pessoas a mais até o fim de 2015 para cumprir a meta, uma "arrancada final" que exigirá um ritmo mais acelerado na redução do que a média de 1,4 milhão de pessoas por ano das duas últimas décadas, declarou a FAO.
O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, escreveu que a região já alcançou uma meta semelhante estabelecida como um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
"A América Latina e o Caribe... é a única região do mundo que atingiu a meta de redução da fome dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, reduzindo para menos da metade sua proporção de pessoas subnutridas desde 1990", afirmou.
Um total de 14 nações --Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Cuba, Guiana, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Uruguai e Venezuela-- cumpriu o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de diminuir pela metade a quantidade de famintos desde 1990.
Quatro países --Bolívia, Colômbia, Honduras e Suriname-- atingiram 90 por cento.
"Apenas o desenvolvimento econômico" não basta para lidar com a fome, escreveu José Graziano, exortando os governos a ampliar a proteção social para os pobres e ao mesmo tempo investir na agricultura familiar para aumentar a produção.
A América Latina se saiu melhor do que o Caribe no combate à fome, reduzindo o número de famintos para 29,5 milhões, ante 60,3 milhões, desde 1990-92, em comparação com uma queda para 7,5 milhões, ante 8,1 milhões, no Caribe.
Para cumprir a meta, o relatório recomendou o fortalecimento da integração regional, o aprimoramento dos sistemas de avaliação de políticas públicas e a integração da segurança alimentar a esforços de desenvolvimento mais amplos.