Por Jon Herskovitz e Lisa Maria Garza
SUTHERLAND SPRINGS, Estados Unidos (Reuters) - O homem que realizou um dos ataques a tiros em massa mais mortais dos Estados Unidos fugiu de um hospital psiquiátrico em 2012, mesmo ano em que foi condenado em corte marcial da Força Aérea dos EUA por abuso doméstico, de acordo com um relatório policial.
Devin Kelley, que matou 26 pessoas em uma igreja no sudeste do Texas no domingo, foi condenado por agredir sua primeira esposa e enteado enquanto servia à Força Aérea dos EUA em 2012, segundo o Pentágono.
Neste mesmo ano ele fugiu brevemente de um hospital psiquiátrico em Santa Teresa, Novo México, de acordo com um relatório da polícia de El Paso, Texas.
A pessoa que relatou a fuga de Kelley alertou a polícia que ele poderia ser um perigo para si mesmo e outros e que havia sido pego contrabandeando armas para a Base Holloman da Força Aérea, no Novo México, onde estava designado.
Ele tinha tentado “realizar ameaças de morte que havia feito para sua cadeia de comando militar”, segundo o relatório.
A polícia encontrou Kelley em El Passo e o entregou para a polícia do Novo México para levá-lo à instalação militar, de acordo com o relatório policial.
O ataque na Primeira Igreja Batista em Sutherland Springs (SA:SGPS3), Texas, é o quinto mais mortal realizado por um único atirador na história dos EUA.
Os mortos tinham entre 18 meses e 77 anos e incluem o bebê de uma mulher grávida que foi morta. Vinte outras pessoas ficaram feridas, com 10 ainda em estado grave nesta terça-feira, segundo autoridades.
Kelley morreu por um tiro disparado por ele mesmo em seu veículo de fuga, onde autoridades encontraram duas pistolas, disse Freeman Martin, porta-voz do Departamento de Segurança Pública.
Kelley também foi ferido por um morador da cidade de cerca de 400 pessoas que escutou os tiros, pegou seu rifle e correu à igreja, atirando duas vezes contra Kelley, de 26 anos.
O autor do ataque estava envolvido em uma disputa doméstica com os pais de sua segunda esposa, com quem casou em 2014, segundo autoridades, e havia enviado mensagens ameaçadoras para a sogra antes do ataque.
“Nós temos alguns indícios do que era o conflito entre a família”, disse Martin em entrevista coletiva nesta terça-feira.
Embora os sogros de Kelley frequentassem ocasionalmente a igreja, eles não estavam no local no domingo.