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VIENA (Reuters) - A Áustria atraiu o que chama de 25 "pesquisadores de ponta" de instituições dos Estados Unidos, incluindo Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e Princeton, com bolsas criadas em resposta aos cortes de financiamento do governo Trump direcionados às universidades.
Os beneficiários das bolsas no valor de 500.000 euros (US$587.000) cada, durante dois anos, variam de pesquisadores de pós-doutorado a professores de áreas como física, química e ciências da vida, informou a Academia Austríaca de Ciências em um comunicado nesta quinta-feira.
"Obrigado Trump por esse ganho de cérebros", disse o presidente da academia, Heinz Fassmann.
"Conseguimos trazer esses indivíduos excepcionais dos Estados Unidos para a Áustria. Eles trazem consigo novas ideias, novas perspectivas e redes internacionais. Essa é uma grande vitória para a ciência austríaca", acrescentou, sem citar nomes.
O presidente dos EUA, Donald Trump, lançou uma repressão às universidades citando como motivos uma série de questões como protestos pró-palestinos contra o ataque de Israel a Gaza, aliado dos EUA, políticas para transgêneros, iniciativas climáticas e programas de diversidade, equidade e inclusão.
A Casa Branca afirmou que mesmo com os cortes os EUA ainda são responsáveis pela maior parte do financiamento global para pesquisa.
A Áustria está entre os países que reagiram tentando atrair os acadêmicos de universidades nos Estados Unidos. Em março, 13 países europeus, incluindo França, Alemanha e Espanha, pediram à Comissão da UE que agisse rapidamente para atrair talentos acadêmicos.
Embora a Áustria seja mais conhecida pelos intelectuais que produziu no século 19 e no início do século 20, como o psicanalista Sigmund Freud ou o físico quântico Erwin Schroedinger, o país tem atualmente quatro universidades entre as 300 melhores do ranking global de Xangai.
Os beneficiários das bolsas começarão a trabalhar neste ano em universidades ou instituições de pesquisa austríacas.
"Em um momento em que a interferência política e as tendências autoritárias estão invadindo a pesquisa e o ensino, estamos assumindo uma posição firme contra elas", disse a ministra austríaca de ciência e pesquisa, Eva-Maria Holzleitner.
(Reportagem de Francois Murphy)