BBAS3: Banco do Brasil sobe antes do balanço; hora da virada ou ajuste técnico?
Por David Latona e Susana Vera e Charlie Devereux
CONGOSTA, ESPANHA (Reuters) - A combinação de calor extremo e ventos fortes gerou "redemoinhos de fogo" durante incêndios que devastaram casas e provocaram a evacuação de cerca de 800 pessoas no norte da Espanha, informaram as autoridades locais na segunda-feira.
Os moradores da cidade de Congosta, na região de Castela e Leão, usaram mangueiras de jardim para jogar água sobre casas, árvores e calçadas para afastar as chamas que devoraram pelo menos dois edifícios, enquanto a polícia lhes dizia para se prepararem para abandonarem o local.
A fumaça espessa impedia o acionamento de aviões de combate a incêndios.
"Já há várias casas incendiadas, não sabemos mais o que fazer. Estamos completamente indefesos e fomos abandonados", disse Evangelina Peral Delgado, 70 anos, moradora de Congosta.
As altas temperaturas no domingo causaram os chamados redemoinhos de fogo perto do parque Las Medulas, forçando os bombeiros a se retirarem, disse Juan Carlos Suárez-Quiñones, chefe de meio ambiente do governo regional.
"Isso ocorre quando as temperaturas atingem cerca de 40°C em um vale muito confinado e, de repente, (o fogo) entra em uma área mais aberta e oxigenada. Isso produz uma bola de fogo, um redemoinho de fogo", explicou.
Cientistas dizem que os verões mais quentes e secos da região mediterrânea a colocam em alto risco de incêndios florestais. Quando os incêndios começam, a vegetação seca e os ventos fortes podem fazer com que eles se espalhem rapidamente e fiquem fora de controle, às vezes provocando redemoinhos de fogo.
A prolongada onda de calor na Espanha continuou na segunda-feira, com temperaturas que podem chegar a 42°C em algumas regiões.
Dois ou três incêndios podem ter sido iniciados por raios, disse Suárez-Quiñones, mas há indícios de que a maioria foi resultado de ação criminosa, que ele descreveu como "terrorismo ambiental".
No norte de Portugal, cerca de 700 bombeiros combatiam um incêndio que começou no sábado em Trancoso, cerca de 350km a nordeste de Lisboa.
Até agora, neste ano, cerca de 52.000 hectares, ou 0,6% da área total de Portugal, foram queimados, excedendo em cerca de 10.000 hectares a média registrada entre 2006 e 2024 para o mesmo período, de acordo com o Sistema Europeu de Informações sobre Incêndios Florestais.
Bombeiros também combatiam incêndios em Navarra, no nordeste da Espanha, e em Huelva, no sudoeste, segundo autoridades locais.
(Reportagem de David Latona e Susana Vera em Cubo de Benavente, Charlie Devereux em Madri e Andrei Khalip em Lisboa)