Com inflação doméstica e guerra, Ibovespa cai e tem pior semana em quase 4 meses

Publicado 11.03.2022, 19:05
Atualizado 11.03.2022, 19:10
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista teve queda firme nesta sexta-feira, após alta acima do esperado da inflação no Brasil. As perdas cresceram no fim da tarde, acompanhando a piora em Wall Street, com incertezas ligadas à guerra na Ucrânia.

Petrobras, Vale e bancos estiveram entre as maiores pressões sobre o índice. MRV despencou com perspectiva mais incerta para o setor imobiliário. Empresas do setor de telefonia e algumas exportadoras de commodities ficaram na ponta contrária.

O Ibovespa caiu 1,72%, a 111.713,07 pontos e teve queda de 2,4% na semana, a pior desde meados de novembro. O volume financeiro da sessão foi de 28,3 bilhões de reais.

Após declaração de Putin de que "há certas mudanças positivas" nas negociações com a Ucrânia houve alívio nos mercados pela manhã, mas as incertezas sobre a guerra voltaram a pesar no final do dia.

Enquanto isso, investidores preparam-se para decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, a expectativa é de alta de 1 ponto percentual da Selic pelo Banco Central, mostrou uma pesquisa da Reuters, enquanto nos EUA a alta deve ser de 0,25 ponto percentual.

Os principais índices de ações em Nova York caíram, com destaque para queda de 2,2% do Nasdaq.

No Brasil, a notícia mais importante foi a de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a 1,01% em fevereiro frente a janeiro, ante expectativa de alta de 0,95% em pesquisa da Reuters.

O número reitera temores com relação às perspectivas para os próximos meses, já que veio após a Petrobras anunciar na véspera a elevação dos preços do diesel e da gasolina.

"Tivemos uma sessão um pouco volátil", diz Fabrício Gonçalvez, presidente-executivo da Box Asset Management, que espera manutenção dessa volatilidade, já que há "muita indecisão pairando no mercado", citando inflação, juros e a guerra.

A partir de segunda-feira, o mercado à vista de ações da B3 (SA:B3SA3) passa a operar das 10h às 17h (e não mais até 18h), acompanhando o fim do horário de verão dos Estados Unidos.

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Destaques

MRV (SA:MRVE3) afundou 11,9%, maior queda desde março de 2020, enquanto Eztec (SA:EZTC3) ON perdeu 6,4% e Cyrela ON (SA:CYRE3) cedeu 4,2%. O movimento veio após o balanço de Tenda, o que levantou expectativas negativas para outras empresas da construção civil. A Tenda teve prejuízo líquido de 269 milhões de reais no quarto trimestre, frustrando analistas. Tenda (SA:TEND3) despencou 25,1%. Além disso, o cenário de alta de juros após a alta do IPCA corrobora visões de cenário mais adverso para financiamento imobiliário no país.

Petrobras PN (SA:PETR4) caiu 3,6%. A ação ON cedeu 2,4%, mesmo com alta de 3,1% do petróleo Brent. Petro Rio SA (SA:PRIO3) recuou 3,5% e 3R Petroleum Óleo e Gás SA (SA:RRRP3) cedeu 2,4%.

Telefonica Brasil SA (SA:VIVT3) subiu 1,2%, enquanto Tim (SA:TIMS3) avançou 1%. Na quarta-feira, o Cade manteve decisão que liberou a venda dos ativos de telefonia móvel da Oi (SA:OIBR3) para as rivais TIM, Telefônica Brasil (SA:VIVT3) e Claro.

Vale (SA:VALE3) caiu 0,5%, apesar da alta do minério de ferro na China. Contratos do níquel, que ainda tem negociações interrompidas na bolsa de Londres, recuaram em Xangai até o limite de negociação, após suspensão dos negócios na véspera. Siderúrgicas tiveram desempenhos mistos.

 Americanas SA (SA:AMER3) ON perdeu 6,8%, Magazine Luiza (SA:MGLU3) apontou queda de 4,5% e VIA ON cedeu 1,8%, com o dado de inflação piorando estimativas para o varejo.

Klabin (SA:KLBN11) subiu 0,9% e Suzano (SA:SUZB3) ON teve alta de 0,4%.

Nu Holdings (Nubank) (NYSE:NU)(SA:NUBR33) perdeu 7,2%, StoneCo Ltd (NASDAQ:STNE) (SA:STOC31) caiu 6,1% e Pagseguro (NYSE:PAGS) (SA:PAGS34) recuou 2,6% em Nova York, com o mercado repercutindo a divulgação de novas medidas do BC que amplia exigências para funcionamento de fintechs maiores.

 

(Por Andre Romani)

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