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CONPENHAGUE (Reuters) - A Dinamarca afirmou na quinta-feira que incursões de drones durante a noite, que fecharam brevemente dois aeroportos e afetaram instalações militares, foram ataques híbridos com o objetivo de espalhar o medo, embora as autoridades não tenham conseguido identificar os autores.
O incidente, o segundo em dois dias somente na Dinamarca, faz parte do que algumas autoridades europeias veem como um padrão de perturbação russa que expôs a vulnerabilidade do espaço aéreo europeu em um momento de altas tensões entre Moscou e a Otan.
A Polônia abateu supostos drones russos em seu espaço aéreo em 10 de setembro. As autoridades dinamarquesas disseram na quinta-feira que decidiram não derrubar nenhum dos drones em seu espaço aéreo por motivos de segurança, apesar da interrupção causada no tráfego aéreo.
A embaixada da Rússia em Copenhague rejeitou como "absurda" a especulação sobre o envolvimento de Moscou nas incursões dinamarquesas.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse ter conversado na quinta-feira com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, sobre os incidentes com drones e que eles haviam concordado em trabalhar juntos para garantir a segurança.
As incursões forçaram o aeroporto de Aalborg, usado para voos comerciais e militares, a fechar por três horas, enquanto o aeroporto de Billund, o segundo maior da Dinamarca, foi fechado por uma hora, segundo a polícia. Ambos foram reabertos na manhã de quinta-feira.
Drones também foram vistos perto dos aeroportos de Esbjerg e Sonderborg, bem como da base aérea de Skrydstrup, que abriga os caças F-16 e F-35 da Dinamarca, e sobre uma instalação militar em Holstebro, confirmou a polícia. Todas elas estão localizadas na região da Jutlândia.
"Isso mostra, no mínimo, que não temos a capacidade atual de impedir a invasão de drones em nossos aeroportos", disse à Reuters Peter Viggo Jakobsen, professor associado do Royal Danish Defence College. "Isso é um buraco em nossa preparação."
As incursões ocorreram depois que a Dinamarca aumentou seu orçamento militar este ano para resolver deficiências graves. Na semana passada, anunciou planos para adquirir armas de precisão de longo alcance, enquanto sua decisão de hospedar a produção de combustível para mísseis ucranianos perto da base aérea de Skrydstrup atraiu críticas da Rússia.
(Reportagem de Jacob Gronholt-Pedersen, Stine Jacobsen, Maria Laguna, Søren Sirich Jeppesen, Anna Ringström e Terje Solsvik; reportagem adicional de John Irish e Gwladys Fouche)