Conselho de Segurança adota posição neutra dos EUA sobre guerra na Ucrânia

Publicado 24.02.2025, 17:54
Atualizado 24.02.2025, 21:26
© Reuters. Sede da ONU em Nova Yorkn15/8/2014nREUTERS/Carlo Allegri

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira uma resolução elaborada pelos Estados Unidos sobre o terceiro aniversário da invasão da Rússia à Ucrânia que adota uma posição neutra em relação ao conflito, conforme o presidente norte-americano, Donald Trump, tenta mediar um acordo de paz.

Até agora, o conselho com 15 membros foi incapaz de tomar alguma medida sobre o conflito na Ucrânia porque a Rússia tem poder de veto. A resolução dos EUA recebeu 10 votos a favor. França, Reino Unido, Dinamarca, Grécia e Eslovênia se abstiveram.

“Essa resolução nos coloca no caminho da paz. É um primeiro passo, mas um passo crucial, do qual todos deveríamos ter orgulho”, disse a embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, ao conselho. “Agora precisamos usá-la para construir um futuro pacífico para Ucrânia, Rússia e a comunidade internacional.”

A curta resolução lamenta a perda de vidas no conflito “Rússia-Ucrânia”, reitera que o propósito da ONU é manter a paz internacional e resolver disputas pacificamente e pede um fim rápido ao conflito e paz duradoura.

As tentativas de mediação de Trump deixaram aliados europeus e a Ucrânia cautelosos com seu foco na Rússia e preocupados que eles possam ser excluídos de negociações de paz.

A embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, disse ao conselho que os termos de paz na Ucrânia são importantes e precisam “enviar uma mensagem de que a agressão não compensa”.

“É por isso que não pode haver equivalência entre Rússia e Ucrânia em como esse conselho se refere a esta guerra. Se formos encontrar um caminho para a paz sustentável, o conselho precisa ser claro sobre as origens da guerra”, afirmou.

ASSEMBLEIA GERAL REJEITOU A POSIÇÃO DOS EUA

Mais cedo, a Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, rejeitou a tentativa dos EUA de enfraquecer a posição de longa data do órgão mundial, que apoia a soberania, a independência, a unidade e a integridade territorial da Ucrânia e pede uma paz justa, duradoura e abrangente, de acordo com a Carta da ONU. 

A Assembleia Geral adotou duas resoluções, uma elaborada pela Ucrânia e pelos europeus e outra elaborada pelos EUA, que foi emendada pela assembleia para incluir a linguagem de apoio à Ucrânia. Esses votações deram à Ucrânia e aos países europeus uma vitória diplomática sobre Washington.

"Essa guerra nunca foi apenas sobre a Ucrânia. É sobre o direito fundamental de qualquer país existir, escolher seu próprio caminho e viver livre de agressões", disse a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa, à assembleia antes da votação. 

A resolução elaborada pelos EUA que acabou emendada recebeu 93 votos a favor e oito contra, com 73 abstenções. A Rússia não conseguiu emendar o texto dos EUA para incluir uma referência às "causas fundamentais" do conflito. 

A resolução elaborada pela Ucrânia e pelos países europeus foi aprovada com 93 votos a favor, 65 abstenções e 18 votos contrários. Juntamente com os Estados Unidos, outros países que votaram contra foram a Rússia, a Coreia do Norte e Israel.

"Hoje, nossos pares americanos viram por si mesmos que o caminho para a paz na Ucrânia não será fácil, e haverá muitos que tentarão garantir que a paz não chegue pelo maior tempo possível. Mas isso não deve nos impedir", disse o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, à assembleia.

(Reportagem de Michelle Nichols; reportagem adicional de Simon Lewis)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM AC 

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