Por Collin Eaton
HOUSTON (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, deve discursar em Houston nesta sexta-feira com uma mensagem dura contra o governo da Venezuela direcionada a uma comunidade de expatriados ansiosa por mais ações para afastar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Estima-se que 50 mil venezuelanos morem na grande Houston, a segunda maior comunidade de expatriados fora do sul da Flórida. Muitos apoiam os esforços dos EUA para livrar a Venezuela de Maduro, tendo fugido das políticas socialistas do falecido líder Hugo Chávez em busca de empregos na indústria energética de Houston.
O discurso de Pence nesta sexta-feira a um plateia selecionada de 300 pessoas, metade delas da comunidade de venezuelanos da área, pode esclarecer os próximos passos do governo. Ele deve falar ao grupo ao meio-dia no Instituto Baker de Políticas Públicas da Universidade Rice.
O governo Trump cogita novas sanções para drenar as rendas do petróleo do governo Maduro, que representam 90 por cento das exportações do país-membro da Opep, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, na semana passada.
As sanções "estão dificultando para Maduro. Mas estas pessoas não sairão sem uma grande reação da comunidade internacional", opinou Carlos Sánchez, ex-funcionário da estatal petroleira da Venezuela, PDVSA, que se mudou para o Texas depois que Chávez demitiu milhares de trabalhadores do setor em 2002.
Sánchez mora em Katy, que está situada 20 quilômetros a oeste do corredor energético de Houston que abriga as sedes locais da ConocoPhillips (NYSE:COP), da BP America e da venezuelana Citgo Petroleum. Katy tem tantos expatriados, disse, que às vezes é chamada de "Katyzuela".
Francisco Monaldi, nativo venezuelano e especialista em energia latino-americana na Rice, disse que muitos expatriados de Houston querem que Pence proponha um plano para induzir os militares venezuelanos a pararem de apoiar Maduro.
"Existe muita preocupação com 'qual é o plano agora?'', disse Monaldi em uma entrevista. "Não parece que os militares estejam dispostos a retirar seu apoio a Maduro" e aceitar o líder opositor Juan Guaidó, apoiado pelos EUA e pela maioria dos países do Hemisfério Ocidental.