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Por Nacho Doce e Guillermo Martinez
ASTORGA, Espanha (Reuters) - A pior onda de incêndios florestais da Espanha em pelo menos duas décadas se espalhou pelas encostas do Picos da Europa, nesta segunda-feira, e levou as autoridades a fechar parte da popular rota de peregrinação Caminho de Santiago.
"Esta é uma situação de incêndio que não vivenciamos há 20 anos", disse a ministra da Defesa, Margarita Robles, à rádio Cadena SER.
"Os incêndios têm características especiais como resultado da mudança climática e dessa enorme onda de calor", que se estende por 16 dias, acrescentou ela, referindo-se a uma das mais longas ondas de calor dos últimos 50 anos, que elevou as temperaturas a 45 graus Celsius no fim de semana.
A previsão é de que comece a diminuir na segunda-feira à noite ou na terça-feira.
O sul da Europa está passando por uma das piores temporadas de incêndios florestais das últimas duas décadas, sendo que a Espanha e o vizinho Portugal estão entre os países mais afetados.
Até agora, este ano, cerca de 344.400 hectares foram queimados na Espanha, de acordo com o Sistema Europeu de Informações sobre Incêndios Florestais (EFFIS) -- a maior área em seus registros que remontam a 2006 e mais de quatro vezes a média de 2006-2024.
Robles disse que a fumaça densa estava dificultando o trabalho dos aviões de bombardeio de água.
O Exército espanhol enviou 1.900 soldados para ajudar os bombeiros.
Somente na semana passada, cerca de 20 incêndios florestais devastaram milhares de hectares nas regiões da Galícia e de Castela e Leão, forçando as autoridades a interromper os serviços ferroviários na área, bem como em um trecho de 50 km do "Caminho de Santiago", uma antiga rota de peregrinação percorrida por milhares de pessoas no verão.
Ele liga a França à cidade de Santiago de Compostela, no extremo oeste da Espanha, onde se diz que os restos mortais do apóstolo São Tiago estão enterrados.
"COISA TERRÍVEL"
Patrice Lepettre, um peregrino de 75 anos em Astorga, disse à Reuters que o incômodo para os turistas era temporário e não podia ser comparado à situação dos moradores locais.
"É uma coisa terrível para a população. Os peregrinos podem voltar para casa e vir outro ano para terminar o Caminho, mas para as pessoas que vivem aqui, é uma coisa terrível", afirmou ele.
Um bombeiro morreu quando seu caminhão bateu perto do vilarejo de Espinoso de Compludo, aumentando o número de mortos para quatro.
Em Portugal, incêndios florestais queimaram cerca de 216.200 hectares até agora neste ano, de acordo com o EFFIS -- mais de quatro vezes a média de 2006-2024 para esse período -- e duas pessoas morreram.