Israel e Sudão do Sul discutem reassentar palestinos de Gaza no país africano, dizem fontes

Publicado 15.08.2025, 13:40
Atualizado 15.08.2025, 13:45
© Reuters.

NAIRÓBI (Reuters) - O Sudão do Sul e Israel estão discutindo um acordo para reassentar palestinos da Faixa de Gaza na conturbada nação africana, disseram três fontes à Reuters --um plano rapidamente descartado como inaceitável por líderes palestinos.

As fontes, que falaram sob condição de anonimato, disseram que nenhum acordo havia sido alcançado, mas que conversas entre o Sudão do Sul e Israel estavam em andamento.

Se levado adiante, o plano prevê a transferência de pessoas de um enclave destruído por quase dois anos de guerra com Israel para uma nação africana dilacerada por anos de violência política e étnica.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse este mês que pretende estender o controle militar em Gaza. Nesta semana, ele repetiu sugestões de que os palestinos deveriam deixar o território voluntariamente.

Líderes árabes e de outras regiões do mundo rejeitaram a ideia de transferir a população de Gaza para qualquer país. Os palestinos dizem que isso seria como outra "Nakba" (catástrofe), quando centenas de milhares fugiram ou foram forçados a sair durante a guerra árabe-israelense de 1948.

As três fontes disseram que a perspectiva de reassentar palestinos no Sudão do Sul foi levantada durante reuniões entre autoridades israelenses e o Ministro das Relações Exteriores do Sudão do Sul, Monday Semaya Kumba, quando ele visitou o país no mês passado.

Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Sudão do Sul descartou relatos anteriores sobre o plano como "sem fundamento".

Nesta sexta-feira, o ministério não respondeu de imediato às afirmações das fontes.

As discussões foram noticiadas primeiro pela Associated Press na terça-feira, citando seis pessoas com conhecimento do assunto.

Wasel Abu Youssef, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, disse que a liderança e o povo palestinos "rejeitam qualquer plano ou ideia de deslocar qualquer um de nosso povo para o Sudão do Sul ou para qualquer outro lugar", seguindo manifestação anterior do gabinete do presidente palestino Mahmoud Abbas na quinta-feira.

O Hamas, que combate Israel em Gaza, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.

A vice-ministra israelense das Relações Exteriores, Sharren Haskel --que visitou a capital do Sudão do Sul, Juba, nesta semana-- disse à Reuters que as conversas com o país não foram sobre este tema.

"As conversas foram sobre política externa, sobre organizações multilaterais, sobre a crise humanitária, a verdadeira crise humanitária que está acontecendo no Sudão do Sul, e sobre a guerra", afirmou.

Netanyahu, que se encontrou com Kumba no mês passado, tem dito que Israel está em contato com alguns países para encontrar um destino para os palestinos que querem deixar Gaza, mas nunca forneceu mais detalhes.

O gabinete de Netanyahu e o Ministério das Relações Exteriores de Israel não responderam de imediato a um pedido de comentário sobre as informações fornecidas pelas três fontes na sexta-feira.

(Reportagem da Redação em Nairóbi; reportagem adicional de Alexander Cornwell na fronteira Israel-Gaza, Maayan Lubell em Jerusalém e Nidal al-Mughrabi no Cairo)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS BB

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