Israel tenta estender trégua inicial em Gaza em meio a incertezas sobre longo prazo

Publicado 25.02.2025, 12:56
Atualizado 25.02.2025, 13:00
© Reuters. Pessoas se reúnem em Tel Aviv para assistir ao noticiário sobre libertação de seis reféns mantidos em  Gazan22/12/2025 REUTERS/Ronen Zvulun

Por James Mackenzie e Andrew Mills

JERUSALÉM/DOHA (Reuters) - Israel avalia estender a trégua de 42 dias em Gaza para resgatar os 63 reféns restantes em posse do Hamas à medida que adia um acordo sobre o futuro do enclave, disseram autoridades israelenses.

A fase inicial do acordo de cessar-fogo, elaborado com apoio dos Estados Unidos e mediadores egípcios e do Catar, termina no sábado e ainda não está claro o que acontecerá depois.

"Estamos sendo muito cautelosos", disse a vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Sharren Haskel, a repórteres em Jerusalém, ao ser perguntada sobre a possibilidade de estender a trégua sem a discussão de uma segunda fase do acordo, o que incluiria questões sensíveis, como o fim definitivo da guerra e o futuro comando de Gaza. 

"Não houve um acordo específico sobre isso, mas pode ser uma possibilidade", disse ela. "Não descartamos a opção de continuar com o atual cessar-fogo, mas em troca de reféns. Eles precisam ser devolvidos em segurança", disse Haskel.

Se não houver acordo até sexta-feira, as autoridades esperam a retomada de combates ou que a situação atual seja mantida, um cenário no qual a trégua continuaria, mas reféns não seriam liberados e Israel poderia bloquear a entrada de ajuda em Gaza.

Duas autoridades que estiveram envolvidas no processo de cessar-fogo disseram à Reuters que Israel e o grupo militante palestino Hamas não discutiram um acordo sobre a segunda fase da trégua, que terá que preencher grandes lacunas entre os dois lados para ser concluído.

"Acho que não é realista ver algo assim se formando em poucos dias", disse Haskel. "Isso é algo que precisa ser discutido em profundidade. Isso levará tempo.", afirmou.

O acordo, que incluía a libertação de 33 reféns israelenses em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos e a retirada de tropas israelenses de algumas posições em Gaza, sobreviveu a vários contratempos.

Até o momento, 29 reféns israelenses -- além de cinco tailandeses -- foram libertados em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Os corpos de mais quatro reféns, que inicialmente deveriam ser entregues na quinta-feira, ainda estão por vir.

Atualmente, há um impasse sobre a libertação de mais de 600 palestinos. Israel adiou a soltura dos prisioneiros ao acusar o Hamas de violar o acordo de cessar-fogo ao fazer um evento público de entrega dos reféns israelenses em Gaza.

A autoridade do Hamas Basem Naim disse que não haverá progresso enquanto os prisioneiros seguem detidos, mas que o Hamas está comprometido com um cessar-fogo permanente e com a retirada total das forças israelenses.

Haskel disse esperar que uma solução seja encontrada para garantir a entrega dos quatro últimos nos próximos dias.

Os combates em Gaza foram desencadeados por um ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Segundo Israel, cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas como reféns de volta a Gaza.

O ataque retaliatório israelense a Gaza matou mais de 48.000 palestinos, conforme autoridades de saúde palestinas, e devastou grande parte do enclave.

(Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi)

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