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TEL AVIV (Reuters) - O ministro das Finanças israelense de extrema-direita, Bezalel Smotrich, aprovou planos para um assentamento que dividiria Jerusalém Oriental da Cisjordânia ocupada, uma medida que, segundo seu gabinete, enterraria a ideia de um Estado palestino.
Não ficou imediatamente claro se o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apoiou o plano de retomar o esquema E1, há muito congelado, que, segundo os palestinos e as potências mundiais, efetivamente dividiria a Cisjordânia em duas e provavelmente atrairia a ira internacional.
Em uma declaração intitulada "Enterrando a ideia de um Estado palestino", o porta-voz de Smotrich anunciou a decisão e disse que o empreendimento construiria 3.401 casas para colonos israelenses entre um assentamento existente na Cisjordânia e Jerusalém.
Israel havia congelado os planos de construção no local desde 2012 devido a objeções dos Estados Unidos, aliados europeus e outras potências mundiais que consideravam o projeto uma ameaça a qualquer futuro acordo de paz com os palestinos.
Os palestinos temem que a construção de assentamentos na Cisjordânia -- que se intensificou drasticamente desde o ataque do Hamas a Israel em 2023, que levou à guerra de Gaza -- lhes roube qualquer chance de construir um Estado próprio na área.
A violência dos colonos disparou, desde a destruição de olivais e o corte de água e eletricidade em comunidades como Susiya, até ataques incendiários a locais sagrados cristãos.
Não houve declaração imediata de Netanyahu ou do governo como um todo. A popularidade de Smotrich caiu nos últimos meses, e as pesquisas mostram que seu partido não conquistaria uma única cadeira se as eleições parlamentares fossem realizadas hoje.
O Ministério das Relações Exteriores palestino chamou o novo plano de assentamento de uma extensão dos crimes de genocídio, deslocamento e anexação, e um eco das declarações de Netanyahu sobre o que ele chamou de "Grande Israel". Israel há muito tempo rejeita as acusações de genocídio e abusos de direitos e afirma que está agindo em sua própria defesa.
O projeto E1 conectaria o assentamento de Maale Adumim, na Cisjordânia, a Jerusalém. A maior parte da comunidade internacional considera ilegais os assentamentos israelenses na Cisjordânia e sua ocupação militar na região desde 1967.
A Peace Now, que rastreia a atividade dos assentamentos na Cisjordânia, disse que o Ministério da Habitação aprovou a construção de 3.300 casas em Maale Adumim.
"O plano E1 é mortal para o futuro de Israel e para qualquer chance de alcançar uma solução pacífica de dois Estados. Estamos à beira de um abismo, e o governo está nos levando para frente a toda velocidade", afirmou a Peace Now em um comunicado.
A Peace Now disse que ainda há etapas necessárias antes da construção, incluindo a aprovação do Conselho de Planejamento Superior de Israel. Mas, se tudo for concluído, o trabalho de infraestrutura poderá começar dentro de alguns meses e a construção de casas em cerca de um ano.
(Reportagem de Alexander Cornwell)