(Reuters) - O Exército israelense disse que tomou a decisão sem precedentes de convocar 300.000 reservistas e que estava impondo um bloqueio total à Faixa de Gaza, em um sinal de que pode estar planejando um grande ataque por terra em resposta à ofensiva devastadora do Hamas no fim de semana.
Canais de televisão israelenses afirmaram que a contagem de mortos do ataque do Hamas subiu para 900. O Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 687 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses na área bloqueada desde sábado.
Israel ataca Gaza
* Após horas de intensos bombardeios por parte de jatos israelenses, o Hamas, movimento islâmico que controla Gaza, anunciou que executaria um cidadão israelense capturado por cada moradia civil bombardeada sem aviso prévio.
* O porta-voz da ala armada do Hamas disse que o grupo não vai negociar sobre os cidadãos israelenses capturados "sob fogo". O porta-voz, Abu Ubaida, disse em um discurso em vídeo que Israel deve estar preparado para "pagar o preço" em troca da liberdade dos capturados.
* Combatentes do Hamas ainda estavam escondidos em vários locais no território de Israel, dois dias depois de matarem centenas de israelenses e tomarem dezenas de reféns, em um ataque que destruiu a reputação de invencibilidade de Israel.
* Os Estados Unidos enviarão vários navios e aviões militares para as proximidades de Israel, em uma demonstração de apoio, disse o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
* Em outro sinal de uma mudança rápida de Israel para uma posição de guerra, um ministro do Partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse que poderiam organizar um governo de unidade nacional, ao qual se juntariam líderes da oposição, em questão de horas.
* Mediadores do Catar realizaram ligações urgentes para tentar negociar a liberdade de mulheres e crianças israelenses tomadas pelo grupo militante e mantidas em Gaza, em troca da libertação de 36 mulheres e crianças palestinas das prisões de Israel, disse uma fonte com conhecimento das discussões à Reuters. Uma autoridade israelense afirmou que não estão em andamento quaisquer negociações.
* Israel e países ocidentais disseram que nada justifica o assassinato em massa intencional de civis.
* A Comissão Europeia disse que está colocando todo o seu auxílio de desenvolvimento aos palestinos, no valor de 691 milhões de euros, sob revisão e suspenderia imediatamente todos os pagamentos, após o ataque do Hamas contra Israel.
* O grupo armado libanês Hezbollah lançou uma salva de foguetes sobre o norte de Israel nesta segunda-feira em resposta à morte de pelo menos quatro de seus membros em um ataque de artilharia israelense no Líbano, informaram duas fontes de segurança à Reuters.
Norte-americanos e britânicos mortos ou desaparecidos
* Os Estados Unidos disseram que pelo menos 11 norte-americanos foram mortos em Israel e que outros estão desaparecidos.
* Acredita-se que mais de 10 britânicos estão mortos ou desaparecidos, segundo a BBC, citando uma fonte oficial, embora o ministro das Relações Exteriores, James Cleverly, tenha dito que não especularia sobre o número de britânicos ou pessoas com dupla cidadania na região.
Análises
* O Hamas executou uma operação cuidadosa de disfarce para realizar o chocante ataque de sábado, segundo relatos de fontes do Hamas e de Israel.
* O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Netanyahu, aliados desconfortáveis mesmo nos melhores momentos, vão submeter sua relação complicada a um novo teste, já que Israel se prepara para uma possível invasão terrestre na Faixa de Gaza palestina.
Mercados globais agitados, voos suspensos
* O medo de um conflito mais amplo ameaçou gerar mais volatilidade aos investidores, juntando-se à incerteza antes da temporada de lucros corporativos e aos dados cruciais de inflação nos EUA mais tarde nesta semana.
* Os preços do petróleo subiram mais de 4%, o ouro valorizou e o dólar norte-americano teve uma leve alta em relação ao euro, à medida que os confrontos militares entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas geravam temores de que o conflito possa se espalhar para além da Faixa de Gaza.
* Empresas de tecnologia operando em Israel devem fortalecer a sua segurança, pois podem sofrer perturbações, disseram investidores e analistas.
* Grandes companhias aéreas internacionais suspenderam ou restringiram voos para ou de Tel Aviv, dizendo que estavam esperando as condições de segurança melhorarem.
* Vários bancos norte-americanos instruíram seus funcionários em Israel a trabalhar de casa por um tempo, à medida que o país entra em estado de guerra e mobiliza tropas da reserva.