Por Tarek Amara e Ulf Laessing
TÚNIS (Reuters) - A polícia da Tunísia entrou em confronto com manifestantes contrários ao governo na capital Túnis e em outras cidades nesta terça-feira, disseram moradores, com novos protestos contra medidas de austeridade um dia depois de uma pessoa morrer durante distúrbios.
As manisfestações ocorreram em pelo menos doze locais da Túnisia na segunda-feira, entre elas as cidades turísticas de Sousse e Hammamet, em protesto contra os aumentos de preços e impostos ordenados pelo governo para reduzir o crescente déficit e satisfazer credores internacionais.
Em Túnis, a polícia usou gás lacrimogêneo em dois distritos e também contra um grupo que invadia um supermercado da cadeia Carrefour (SA:CRFB3), disse uma testemunha. Não houve registros de vítimas.
Novos confrontos também ocorreram em Tebourba, a 40 km de Túnis, onde um manifestante foi morto na véspera, afirmaram testemunhas.
Horas antes, o principal partido de oposição havia defendido que os protestos continuassem até que o governo abolisse o que foi chamado de um orçamento injusto para 2018.
Embora seja vista como a única história de sucesso entre os países que tiveram revoltas durante a Primavera Árabe em 2011, a Tunísia teve nove governos desde então, e nenhum deles foi capaz de resolver os problemas econômicos.
A Europa se preocupa com a estabilidade na Tunísia, em parte porque o desemprego lá força muitos jovens a ir para o exterior.
A revolta no país tem se intensificado desde o primeiro dia de 2018, quando o governo aumentou o preço do petróleo e outros produtos e subiu impostos.
Há um ano, o governo tomou empréstimo do FMI de cerca de 2,8 bilhões de dólares, se comprometendo com reformas econômicas.